Sobre a provincia moçambicana de Inhambane incombe a ameaça de fome.

A província moçambicana de Inhambane corre um grave perigo: uma crise alimentar provocada também pela falta de chuva naquela região. A situação de fome poderia afectar cerca de 150 mil pessoas
O delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Naturais (INGC) em Inhambane, Alberto Mundlovo, disse à Agência Lusa que a crise alimentar na zona irá afectar dez dos 12 distritos da província e o equivalente a 10 por cento da sua população, que está estimada em cerca de 14 milhões de habitantes.
Caso se confirme a ameaça de fome em Inhambane, serão necessárias 2,5 mil toneladas de diversos produtos por mês, para socorrer a população afectada, acrescentou Mundlovo, sublinhando que a província não tem capacidade "para acudir à crise".
Por enquanto, a população está a resistir à fome com base em alguns frutos, tubérculos e peixe, sobretudo a das zonas costeiras, uma vez que os cereais e leguminosas estão perdidos devido à estiagem.A população está a aguentar-se graças à mandioca, que resiste à seca, não havendo ainda casos de subnutrição, mas até Abril a crise pode-se agravar.
A província de Inhambane foi uma das mais afectadas pela seca de 1983, a pior na história recente de Moçambique, que provocou milhares de mortos e uma grande deslocação de pessoas para países vizinhos.