A
Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST) condenou esta sexta feira, em Luanda,
a onda de contestação de que tem sido alvo D. Filomeno Vieira Dias, o novo bispo nomeado
por João Paulo II para a Diocese de Cabinda.
"Lamentamos profundamente a atitude inesperada e estranha dos nossos irmãos de Cabinda
de recusarem a nomeação feita pelo Santo Padre para prover de um pastor próprio esta
diocese irmã", refere o comunicado emitido no final da assembleia plenária da CEAST,
que hoje terminou na capital angolana.
A reunião da CEAST não contou com a presença de D. Paulino Madeca, o anterior bispo
de Cabinda, por motivos de doença.
O
comunicado foi apresentado aos jornalistas pelo bispo do Sumbe, D. Benedito Roberto.
A contestação de que tem sido alvo o novo bispo de Cabinda envolve fiéis e parte do
clero local. A CEAST assinala que não é este o melhor modo de proceder e que "a violência,
mesmo verbal, não é o caminho para chegar ao coração do outro nem a solução para lhe
conquistar o íntimo".
“Não é nossa competência dizer que solução dar ao caso de Cabinda. Mas é competência
nossa dizer que a guerra não deve ser solução nem caminho para chegar a ela”, prosseguem.
A CEAST lembra que a nomeação dos Bispos é da responsabilidade do Papa e afirma que
"é normal que o bispo de qualquer diocese seja oriundo de uma diocese diferente",
acrescentando que, das 17 dioceses que integram a CEAST, 14 são lideradas por bispos
naturais de outras dioceses.
Os prelados lembram que o organismo eclesial “sempre apelou ao diálogo como via segura
de dirimir conflitos”, mesmo nas horas mais difíceis e lamenta que “círculos alheios
à fé cristã e católica queiram instrumentalizar e subordinar à política a própria
autoridade da Santo Padre, Sucessor de Pedro”.
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