2005-03-10 15:42:07

A Igreja Catolica no leste da África em campanha de desarmamento


A Igreja Católica no leste da África está a promover uma campanha de desarmamento, assumindo que “a proliferação das armas leves é um grave problema que a Igreja não pode ignorar".
A iniciativa é divulgada através de uma carta enviada aos bispos e párocos do leste da África pelo Departamento de Justiça e Paz da AMECEA (Associação dos Membros das Conferências Episcopais do Leste da África), por ocasião do 5º aniversário da Declaração de Nairobi.
No dia 5 de Março de 2000, dez países da região dos Grandes Lagos e do leste da África assinaram, na capital queniana, um documento que comprometia os governos signatários a lutar contra a difusão ilegal das armas leves.
A Igreja Católica aderiu às iniciativas para que, passados cinco anos de sua assinatura, a Declaração de Nairobi não fique apenas no papel. No próximo Domingo, 13 de Março, bispos e párocos são convidados a recordar o problema, durante as missas.
A missiva recorda que no Leste da África existem mais de 500 mil armas ilegais em circulação, que provocaram pelo menos 300 mil mortos nos conflitos armados locais, e 200 mil vítimas de actos de violência criminal.
São mais de 30 milhões as armas ligeiras em circulação na África subsaariana, um número suficiente para perpetuar os combates em diversos países e aumentar o perigo da violência criminal em muitos outros.
A nível mundial, as exportações autorizadas de armamento são apenas a ínfima ponta de um gigantesco icebergue. Segundo as estatísticas oficiais, as transacções legais rondam os 21 mil milhões de dólares, o que representa 0,5% de todo o comércio internacional e menos de metade do valor do mercado global de café.
Os gastos militares consomem, em média, 2,8% dos orçamentos dos governos antes de um conflito, 5% durante e 4,5% na década seguinte: só no ano de 1999, a África do Sul acordou a aquisição de seis mil milhões de dólares de material militar; entre 1998 e 2001, os EUA, o Reino Unido e a França ganharam mais com a venda de armas aos países em vias de desenvolvimento do que o que gastaram nas ajudas ao desenvolvimento; os países da África, da Ásia, do Médio Oriente e da América Latina gastam, em média, vinte e dois mil milhões de dólares por ano em armas.










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