Santo Padre: é necessário repensar situação carcerária

Cidade do Vaticano, 26 nov (RV)- JPII recebeu esta manhã, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Conferência dos Responsáveis pelas Administrações Penitenciárias dos 45 Estados aderentes ao Conselho da Europa, que está se realizando nestes dias em Roma. Uma ocasião importante para conhecer as atividades e os projetos do mundo carcerário.

“Em toda nação civil _ referiu JPII _ deve ser preocupação partilhada a tutela dos direitos inalienáveis de todo ser humano. Portanto, com o compromisso de todos, deverão ser corrigidas eventuais leis e normas que criam obstáculos a tais direitos, especialmente quando se trata do direito à vida e à saúde, do direito à cultura, ao trabalho, ao exercício da liberdade de pensamento e à profissão da própria fé.”

Em seguida, JPII enfrentou o tema das medidas simplesmente repressivas ou punitivas, às quais normalmente hoje se faz recurso, que resultam inadequadas ao alcance de objetivos da autêntica recuperação dos detidos. “É necessário _ exortou o Papa _ repensar a situação carcerária nos seus fundamentos e nas suas finalidades.”

“Se a finalidade das estruturas carcerárias não é somente a custódia, mas também a recuperação dos detidos, é necessário abolir aqueles tratamentos físicos e morais que resultam lesivos à dignidade humana e comprometer-se em melhor qualificar profissionalmente o papel de quem atua dentro dos institutos de pena”, lembrou o Papa.

Nesta ótica, o Pontífice disse que deve ser encorajada a busca de penas alternativas ao cárcere, substituindo as iniciativas atuais com programas de formação humana, profissional, espiritual.

Em seguida, o Pontífice evidenciou o papel dos ministros de culto: “Eles são chamados a desempenhar uma missão delicada e, em certo sentido, insubstituível, que não se reduz apenas aos atos de culto, mas se estende comumente àquelas instâncias sociais dos detidos que a estrutura carcerária nem sempre tem condições de satisfazer”. (RL)