Em andamento, em Roma, o I Congresso Mundial dos Religiosos e Religiosas

Roma, 24 nov (RV)- A relação entre a vida consagrada e os "movimentos sociais" ocupou o centro do segundo dia de trabalhos do Congresso Mundial dos Religiosos e das Religiosas, que está em andamento, em Roma, com a participação de 850 pessoas, representando os 200 mil religiosos e 800 mil religiosas de todo o mundo.

“As Congregações religiosas são chamadas a dialogar com os movimentos sociais. Entretanto, dentro da Igreja, devem dialogar com as ‘novas formas’ (associações e movimentos) que estão se firmando agora”, disse o Padre João Batista Libânio, teólogo jesuíta brasileiro, na rica conferência proferida na manhã de terça-feira.

É necessário, disse ele, "sair do pequeno mundo das obras da própria congregação" e enfrentar os desafios dos 'novos movimentos sociais', tanto em nível regional como mundial. E questionou: “Qual será a participação da Vida Consagrada no movimento ecológico, pacifista, antiarmamentista, na defesa dos direitos humanos, na luta pela demarcação das terras indígenas, dos sem-teto, dos sem-terra, dos sem-pátria, enfim, de uma gama inumerável de movimentos?".

Já a Presidenta da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), Irmã Therezinha Joana Rasera, observou que "nenhum dos nossos institutos nasceu para ser a continuidade de uma situação estática, de não-vida, mas ao contrário, visa resgatar a opção pelos pobres”. “Devemos ter a coragem de ler e de acolher os sinais dos tempos e a audácia de agir profeticamente. Assim, a vida consagrada passará do fechamento sobre si mesma para a transparência no seguimento apaixonado de Jesus Cristo”, acrescentou.

Por sua vez, a teóloga espanhola Dolores Alexandre enumerou os riscos para a vida consagrada de hoje. Dentre outros, recordou a desinformação, o conformismo, o individualismo, o ativismo, o secularismo e o espiritualismo.

No mundo, os religiosos católicos são 200 mil e as religiosas 800 mil, subdivididos em centenas de ordens e congregações. (MZ)