Bispo de Hong Kong propõe "desobediência civil" contra lei sobre educação

Hong Kong, 22 nov (RV)- O Bispo de Hong Kong, Dom Joseph Ze-kiun Zen, declarou seu repúdio ontem à tentativa do governo de controlar todas as escolas do território, inclusive as escolas católicas. Seu protesto foi divulgado através de uma carta enviada a todos os diretores das escolas católicas.

Na carta, o Bispo pede que os diretores ignorem a nova lei sobre a educação, aprovada pelo parlamento de Hong Kong em 8 de julho passado.

A nova lei exige que em cada escola seja aprovado um Comitê de administração, que vai se tornar um verdadeiro parceiro do governo na escola. Tal Comitê decidirá também a política educacional. O Comitê deverá ser composto por representantes eleitos entre os professores, pais e alunos da escola, e por outras pessoas da sociedade.

Para o governo, este é um passo “rumo à democracia”. Para a Igreja, este é um meio elegante para eliminar sua proposta educacional e para eliminar suas responsabilidades.

Assim, Dom Zen decidiu que nenhuma escola formará o seu Comitê de administração. O Bispo afirma que a sua intenção não é um confronto com o governo, mas a tentativa de salvaguardar a tradição católica na educação e a liberdade educacional.

Segundo Dom Zen, tal liberdade está em perigo com as últimas leis aprovadas pelo parlamento local, mas que, na realidade, foram sugeridas pela China. As escolas têm cinco anos, a partir de 2005, para se adequar. Deste modo, a desobediência civil proposta pelo Bispo será legal até pelo menos 2010.

A Igreja católica em Hong Kong é responsável por mais de 300 escolas, famosas pela sua qualidade de ensino. (BF)