2004-11-19 18:14:32

Ninguém deve apresentar ou usar as religiões como instrumento de intolerância


Cidade do Vaticano, 18 nov (RV)- Muçulmanos, judeus e cristãos devem se unir, para lançar um apelo à humanidade, a fim de que cesse no mundo, a violência homicida. Esse foi o veemente apelo de JPII, aos líderes religiosos do Azerbaijão, recebidos em audiência esta manhã: o Presidente dos muçulmanos do Cáucaso Xeque-ul-Islam, o Bispo ortodoxo-russo, Aleksandr, de Baku e da região do Cáspio; e o chefe da antiga Comunidade dos Judeus da Montanha.

A delegação chegou ao Vaticano _ segundo explicou o porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls _ para retribuir a visita feita por JPII, em maio de 2002, ao Azerbaijão, onde vive uma minoria de cerca de 300 católicos.

"Que esta visita de vocês ao Bispo de Roma seja como um símbolo para o mundo: isto é, mostre que a tolerância é possível, e constitui um valor de civilização, que coloca as premissas para um mais amplo e solidário desenvolvimento humano, civil e social" _ disse JPII.

O Papa acolheu fraternalmente os três líderes religiosos do Azerbaijão, ex-república soviética, independente desde 1991. A maioria da população do Azerbaijão professa a fé islâmica. O país viveu um sangrento conflito, que a opôs à confinante república da Armênia, pelo controle da região do Nagorno-Karabakh, habitada prevalentemente por armênios. O conflito _ que durou 9 anos _ acabou em 1997, com o reconhecimento de uma ampla autonomia a essa região disputada com as armas.

Faço votos _ disse o Papa _ de que nesse país agora, "retorne plenamente a paz", porque "essa, assim como outras disputas, deve ser afrontada com boa vontade, na busca mútua de aberturas recíprocas e de compreensão, e com espírito de verdadeira reconciliação".

"Ninguém _ acrescentou o Santo Padre _ tem o direito de apresentar ou de usar as religiões como instrumento de intolerância, como meio de agressão, de violência e de morte. Pelo contrário, a amizade e estima recíproca entre as religiões, se também mantida pelo compromisso de tolerância dos governantes, constitui um rico recurso de autêntico progresso e de paz."

Juntos, portanto, "muçulmanos, judeus e cristãos" _ solicitou JPII _ queremos dirigir em nome de Deus e da civilização, um apelo à humanidade, a fim de que cesse a violência homicida e se percorra o caminho do amor e da justiça para todos.

Esse é o caminho a ser "percorrido com perseverança e paciência" pelas religiões.

Por sua vez, os líderes religiosos reiteraram ao Papa, o constante compromisso de promover a convivência pacífica entre as diversas confissões no Azerbaijão, onde a tolerância religiosa constitui o eixo da vida do país. (RL)








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