Na Holanda fortes movimentações para controlar as tensões sociais

Amsterdã, 17 nov (RV)- O homicídio do cineasta Theo Van Gogh, assassinado no dia 2 do corrente, por um terrorista islâmico, em razão de seus virulentos ataques contra o Islamismo e em virtude de seu filme sobre a condição das mulheres muçulmanas, está revelando aos investigadores um enredo cada vez mais denso de maquinações e ligações entre grupos de extremistas islâmicos.

A polícia holandesa confirmou, nesta quarta-feira, que está em busca do cidadão sírio Redouan al Issar, indiciado como "líder espiritual" do grupo de fundamentalistas acusados de ter planejado o homicídio do cineasta.

Al Issar já havia sido preso pela polícia holandesa em outubro de 2003, mas fora posto em liberdade pouco depois. Os investigadores holandeses estão inclusive definindo a posição das sete pessoas presas logo após o assassinato, e das seis que foram presas na quarta-feira passada, em diversas blitz em Amsterdã e Haia.

As autoridades, no momento, estão verificando se os que foram presos _ todos acusados de pertencer a organizações terroristas _ fazem parte de um único grupo ou de dois grupos distintos em contato entre si.

A confirmação de que na Holanda exista uma rede de extremistas islâmicos em contato com o exterior, chegou da Espanha onde o juiz Baltasar Garzón emitiu uma ordem de prisão contra o marroquino, Abdeladim Akoudad, motivada por sua possível pertença ao grupo terrorista islâmico envolvido no assassinato de Van Gogh.

Akoudad já está no cárcere, na Espanha, desde outubro de 2003, por sua suposta participação nos atentados de Casablanca (Marrocos), em 16 de maio de 2003, que causaram 45 mortos.

A tensão social e étnica na Holanda continua a crescer, após os repetidos atos de vandalismo contra mesquitas e igrejas ocorridos nas últimas semanas. Hoje, as igrejas da pequena cidade de Amersfoort (50 km a leste de Amsterdã) foram colocadas sob vigilância pela polícia, ameaçadas de possíveis ataques. (MZ)