JPII pede aos pastores que ajudem os fiéis a crescer na consciência do mistério eucarístico

Cidade do Vaticano, 16 nov (RV)- Que, no Ano da Eucaristia, seja reforçada a comunhão eclesial em todos os níveis _ da hierarquia ao povo de Deus _ e se alarguem os confins da caridade pastoral. Foram os votos de JPII, recebendo em audiência esta manhã, os prelados da Secretaria-geral do Sínodo dos Bispos, reunidos em seu X Conselho Ordinário.

Trata-se de uma reunião realizada em vista da próxima Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, que será dedicada justamente à Eucaristia como “fonte e ápice da missão da Igreja”.

Comunhão e caridade _ duas palavras nas quais se condensa a essência das relações que unem todos os pastores da Igreja com o Papa, entre si, com o clero e os fiéis. Duas palavras que encontram seu significado na Eucaristia _ mistério onde a Igreja vai haurir “as energias vitais para a sua presença e a sua ação na história dos homens”.

A um mês do início do Ano da Eucaristia, JPII retornou ao tema com os prelados da Secretaria-geral do Sínodo dos Bispos, empenhada em preparar, em torno do tema eucarístico, a XI Assembléia Geral ordinária do Sínodo.

Essa assembléia, afirmou o Santo Padre, será “mais uma vez, a ocasião propícia para que a Igreja confirme a fé no admirável mistério da Eucaristia, renove a comunhão colegial e hierárquica, e promova a caridade fraterna”.

O Pontífice explicou ainda que a doutrina e a espiritualidade da comunhão foram a característica distintiva do Sínodo dos Bispos desde o nascimento desse organismo, 39 anos atrás, por vontade de Paulo VI. E tal comunhão encontra “sua prefiguração ideal” somente na Eucaristia.

A coincidência entre o Ano da Eucaristia e a próxima Assembléia dedicada a esse tema representa, disse JPII, “um caso especial de reciprocidade entre a Igreja presente no mundo inteiro e o próprio Sínodo”.

Em seguida, o Papa expressou um desejo: que o magistério sobre a doutrina e a celebração eucarística, contido na encíclica "Ecclesia de Eucharistia" (A Igreja vive da Eucaristia) e na carta apostólica "Mane nobiscum Domine" (Fica conosco, Senhor), encontre “universalmente os ânimos prontos para a comunhão com o Senhor e com os irmãos no mandato da caridade”.

Os bispos, acrescentou, terão a missão específica de ser “mestres autênticos da comunhão” e de ajudar o corpo eclesial a crescer na unidade, a fim de que “se dilatem os espaços da caridade pastoral” e “a colegialidade e a comunhão hierárquica floresçam para os frutos do Espírito”.

"Que a Igreja possa, renovada na redescoberta do dom e do mistério da Eucaristia, estender tal inesgotável riqueza de vida aos que estão próximos e aos que estão distantes, numa urgente obra de nova evangelização” _ auspiciou o Papa. (RL)