JPII anuncia nova assembléia especial para a África do Sínodo dos Bispos

Cidade do Vaticano, 13 nov (RV) - Uma nova assembléia especial para a África, do Sínodo dos Bispos: foi o anúncio feito pelo Papa, esta manhã, ao término da audiência que concedeu aos bispos africanos e europeus que participaram, no decorrer desta semana, do Simpósio Internacional sobre o tema "Comunhão e solidariedade entre África e Europa". A assembléia sinodal africana precedente realizou-se em 1994.

"Acolhendo os votos do Conselho pós-sinodal, intérprete dos desejos dos pastores africanos, aproveito a ocasião para anunciar a minha intenção de convocar uma segunda Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos."

Paz e comunhão para a África. E uma nova oportunidade para as muitas faces da Igreja naquele continente, de voltar a se confrontar e a estabelecer novas orientações pastorais, a 10 anos da assembléia sinodal de 1994.

O anúncio do Papa foi feito ao término de uma audiência muito significativa, num clima de renovada cooperação, que se respira não somente no âmbito da Igreja africana, mas também no contexto da Igreja européia.

JPII dirigiu-se aos bispos europeus e africanos _ membros do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM) _ reunidos nos últimos dias, para discutir sobre a problemática que atinge o continente negro, e sobre a solidariedade do Velho Continente para com a irmã África.

A solidariedade entre ambas as Igrejas _ africana e européia _ foi, de fato, o ponto central da mensagem do Pontífice, que exortou ambas as comunidades eclesiais a afrontar, a partir de suas respectivas realidades, "os grandes desafios que interpelam a fé cristã nesta nossa sociedade globalizada".

Um imperativo que, embora induzido pela globalização, não representa uma novidade para as duas comunidades continentais, cujos vínculos de comunhão _ recordou o Papa _ são antigos como as relações de "profundo entendimento" que, já na metade do século III, uniam o Bispo de Roma, Cornélio, ao de Cartago, Cipriano.

Hoje, como então, ressaltou JPII, "se trata de valorizar as diversas tradições culturais de modo complementar", para permitir que as várias comunidades eclesiais possam "afrontar conjuntamente, questões existenciais como a concepção do homem e da sociedade", e os âmbitos pastorais da evangelização e das relações ecumênicas e inter-religiosas.

O Papa convidou os prelados a construírem a unidade da Igreja em torno da Eucaristia, cultivando "em primeiro lugar a oração". E confiou a nova corrente de solidariedade e de comunhão estabelecida pelo Simpósio à intercessão de um grande bispo africano, Santo Agostinho de Hipona, cujos 1.650 anos de nascimento a Igreja está celebrando nestes dias.

JPII indicou o santo como "uma ponte entre a África e a Europa". (RL)