Governo provisório da Libéria decreta toque de recolher para frear violência entre cristãos e muçulmanos

Freetown, 29 out (RV)- O governo provisório da Libéria decretou o toque de recolher, com o intuito de frear a onda de violência desencadeada por jovens ex-combatentes, na capital do país, Monróvia.

A informação foi divulgada hoje pela rádio de Serra Leoa, país que faz fronteira com a Libéria.

Durante a revolta, que eclodiu na noite passada, ao que tudo indica por controvérsias entre as comunidades cristã e muçulmana, em bairros próximos a Paynesville e que mais tarde se expandiu para amplas áreas da capital, foram queimadas várias igrejas e pelo menos duas mesquitas.

Alguns edifícios, automóveis e postos de gasolina também foram tomados pelas chamas.

Diante da situação criada e apesar da intervenção de várias unidades das forças da ONU presentes na Libéria, para isolar e deter dezenas de jovens armados com machetes, facas e latões de gasolina, o Presidente do governo de transição, Gyude Bryant, anunciou, pela emissora de rádio estatal, o toque de recolher.

Bryant, fez um apelo à população, para que permanecesse em casa; as lojas, bancos e escolas suspenderam suas atividades.

O incidente ocorreu dois dias antes da conclusão da desmobilização e desarmamento de mais de 80 mil combatentes, operação supervisionada por mais de 15 mil boinas azuis da ONU _ a maior missão de paz realizada até hoje, pela ONU _ estanciados na Libéria desde o término da guerra civil que durou 14 anos.

Apesar do aparente clima de paz existente em Monróvia _ a capital, onde se concentra o maior número dos três milhões e trezentos mil habitantes do país _ a pobreza, a falta de trabalho e as poucas oportunidades para os jovens criam uma situação de forte instabilidade social. (AF)