2004-10-07 18:12:35

Justiça peruana processa Bispo de Puno, acusado de falsificar documentos contra o Cardeal Cipriani Thorne


Lima, 06 out (REV)- Uma juíza peruana presidiu hoje, a audiência do processo no qual figura como imputado o Bispo de Puno, Dom Jorge Pedro Carrión Pavlich, acusado de ter falsificado três cartas que envolviam em questões ilícitas, o atual Cardeal-arcebispo de Lima, Juan Luis Cipriani Thorne, com o ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos, informaram fontes judiciais.

A magistrada Ana Vázquez, que preside a Segunda Vara da Justiça Penal de Lima, decidiu abrir um processo contra Dom Carrión Pavlich, por delito contra a fé pública, na modalidade de falsificação de material, e ordenou o embargo preventivo dos bens do prelado peruano.

Em fins de 2001 nasceu uma forte tensão entre o governo do Presidente peruana, Alejandro Toledo, e o Vaticano, porque o então Ministro da Justiça e atual embaixador do Peru na Espanha, Fernando Olivera, levou à Santa Sé três cartas que supostamente provavam o envolvimento do Cardeal Cipriani com Montesinos.

Depois que o Vaticano assinalou que as missivas _ que também incluíam em atos ilícitos, o Núncio Apostólico no Peru, Dom Rino Passigato _ eram falsas, o governo peruano se viu forçado a pedir desculpas a Cipriani.

O fato não impediu que a Justiça instaurasse um inquérito para apurar os fatos e identificar os presumíveis autores do complô contra o Cardeal Cipriani, que apoiara abertamente o governo do ex-presidente Alberto Fujimori.

A juíza peruana retirou a acusação que pesava contra o Bispo emérito de Chimbote e ex-presidente da Conferência Episcopal Peruana, Dom Luis Armando Bambarén Gastelumendi, que inicialmente fora também envolvido no caso. Por outro lado, incluiu no processo, o funcionário da Conferência Episcopal, Juan Rojas Saavedra, e o ex-assessor para os Assuntos Eclesiais do Ministério da Justiça, Augusto Dammert.

Nas cartas levadas à Santa Sé por Fernando Olivera, se afirmava que o Cardeal Cipriani se encontrara várias vezes com Montesinos (atualmente preso num cárcere militar de Lima), que deve responder a dezenas de processos por violação dos direitos humanos e corrupção. (AF)








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