2004-10-04 18:46:08

Em solene cerimônia na Praça São Pedro, JPII proclama cinco novos bem-aventurados


Cidade do Vaticano, 03 out (RV)- Em solene cerimônia realizada na Praça São Pedro, o Papa proclamou hoje, cinco novos bem-aventurados, testemunhas da fé. No Angelus, logo a seguir, JPII exortou os fiéis a rezar a Nossa Senhora, neste mês de outubro, dedicado a N.S. do Rosário.

A Palavra de Deus “jamais deixou de iluminar o caminho” desses novos bem-aventurados _ disse o Papa. Pierre Vigne, Joseph-Marie Cassant, Anna Katharina Emmerick, Maria Ludovica De Angelis e Carlos da Áustria são os cinco novos bem-aventurados, proclamados tais pelo Santo Padre, na cerimônia presidida pelo Pontífice de celebrada pelo Cardeal português José Saraiva Martins, no átrio da Basílica vaticana.

O número dos bem-aventurados proclamados por JPII passa a ser, a partir de hoje, 1.345.

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“Diante do transcorrer do tempo e das contínuas transformações da história _ disse o Papa _ a revelação que Deus nos ofereceu em Cristo permanece estável para sempre e abre em nosso caminhar terreno, um horizonte de serenidade.”

Perante os milhares de fiéis e peregrinos que lotavam a Praça São Pedro, JPII sublinhou a experiência comum de fé, vivida pelos novos bem-aventurados: “Eles se deixaram guiar _ disse o Pontífice _ pela Palavra de Deus, como fosse um farol luminoso e seguro, que jamais deixou de iluminar o caminho que percorreram.”

Na homilia _ lida em diversas línguas (espanhol, francês e alemão) por alguns prelados, o Papa delineou as figuras dos novos bem-aventurados.

“Contemplando Cristo, presente na Eucaristia e a Paixão salvífica, Pe. Pierre Vigne (fundador da Congregação das Irmãs do Santíssimo Sacramento) foi levado a se tornar um verdadeiro discípulo e um missionário fiel à Igreja.” O Papa fez votos de que o seu exemplo desperte nos fiéis, o desejo de alcançar o amor, através da Eucaristia, e a a audácia para a missão, através adoração do Santíssimo.

Joseph-Marie Cassant, monge francês da Ordem Cisterciense Reformada “sempre confiou em Deus, na contemplação do mistério da Paixão e na união com Cristo presente na Eucaristia”. Em meio às provas a que foi submetido, “com os olhos fixos em Cristo, ele ofereceu seus sofrimentos pelo Senhor e por sua Igreja. Que os nossos contemporâneos _ foram os votos do Santo Padre _ sobretudo os contemplativos e os enfermos, possam descobrir, mediante o exemplo do novo bem-aventurado, o mistério da oração, que conduz o mundo a Deus, e que dá força nas provações.

Ir. Ludovica De Angelis, da Congregação das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, de Savona, Itália, consagrou sua existência à glória de Deus e ao serviço de seus semelhantes. Por 50 anos dedicou-se a cuidar dos mais necessitados, na Argentina. Na sua figura, ressaltam um coração de mãe, as qualidades de guia e a audácia própria dos santos. Ir. Ludovica dedicou-se com particular empenho às crianças doentes, enfrentando, por elas, uma série de sacrifícios. Foi um modelo de alegria e responsabilidade, amparada pela oração e fazendo de sua vida uma contínua comunicação com o Senhor.

A homilia comentou a seguir, a extraordinária figura da mística alemã, Katharina Emmerick, da Ordem das Canônicas Regulares de Santo Agostinho, que experimentou no próprio corpo a paixão de Cristo. “A sua pobreza material _ explicou o Papa _ era acompanhada de uma vida interior muito rica. Impressiona-nos não apenas a sua paciência em aceitar a fragilidade física, mas também a sua força de caráter e a firmeza de sua fé.” E a força para suportar tudo isso, Katharina a encontrou na Eucaristia.

O último dos cinco novos bem-aventurados a ser mencionado na homilia foi o Imperador Carlos da Áustria. Dele se disse que “a tarefa decisiva do cristão consiste no buscar e reconhecer em tudo a vontade de Deus e agir segundo essa vontade”. E o Imperador Carlos soube aceitar esse desafio. Ele foi um amigo e defensor da paz. No seu parecer, a guerra era “algo horrível”. Durante a I Guerra Mundial, “tentou aplicar a iniciativa de paz proposta pelo Papa Bento XV”. Soube viver seu cargo de imperador a serviço de seu povo e buscou aplicar o seu “ser cristão” à sua ação política. Os votos do Papa foi de que ele seja um exemplo para todos “e em particular para aqueles que desempenham responsabilidades políticas na Europa”.

Cerca de 20 mil fiéis participaram da cerimônia de beatificação. Particularmente numeroso o grupo proveniente do Brasil, das religiosas do Santíssimo Sacramento, de Valença... Eis o que disse uma delas, Ir. Maria Leolina de Jesus Silva, da Bahia...RealAudioMP3

No Angelus logo após a cerimônia de beatificação, o Papa exortou a rezar a Maria, neste mês de outubro, dedicado especialmente a N. S. do Rosário. (AF)








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