2004-10-01 19:47:06

Guerra na Iraque não fez do mundo um lugar mais seguro, afirma Dom Lajolo


Cidade do Vaticano, 30 set (RV)- A sangrenta guerra no Iraque, o conflito palestino-israelense, o terrorismo internacional e o direito à vida: esses foram os temas do discurso proferido ontem, perante a 59ª Assembléia Geral das NN.UU., pelo Arcebispo Dom Giovanni Lajolo, Secretário das Relações com os Estados.

Recordando a vocação original da ONU, chamada a ser uma “família de nações”, o prelado convidou todos a empenhar-se para alcançar as metas do milênio, primeira das quais, a erradicação da pobreza.

Não é uma questão de caridade _ disse o Arcebispo Lajolo, pensando nos “milhões de seres humanos que sobrevivem abaixo da linha da pobreza” e “nas milhares de crianças desnutridas e injustamente privadas do direito de viver” _ mas sim uma “questão de justiça”.

“A posição da Santa Sé acerca da ação militar de 2002-2003 é bastante conhecida. Está diante dos olhos de todos que tal ação não levou a um mundo mais seguro nem dentro nem fora do Iraque.”

Dom Lajolo abordou também o tema do terrorismo, ressaltando que ele pode ser afrontado de modo eficaz somente através de uma impostação multilateral concertada e não através da política do unilateralismo.

Depois de ter agradecido à Assembléia Geral por ter formalizado o status de Observador Permanente da Santa Sé na ONU, com uma resolução aprovada em 1º de julho passado, o Arcebispo enumerou algumas das finalidades prioritárias do organismo, em favor da paz, citando a “nova ordem humana mundial”, a realização dos objetivos da Cúpula do Milênio sobre a pobreza, “desarmamento completo e geral”, “desenvolvimento sustentável”, “globalização e interdependência”, imigração, “direitos humanos” e “clonagem humana”.

A propósito do conflito palestino-israelense, solicitou às partes que retomem o caminho indicado pelo “Roteiro da paz”. E não deixou de mencionar também os conflitos no Sudão, Somália, Costa do Marfim e na região dos Grandes Lagos, solicitando a intervenção da União Africana.

Falando sobre o direito à vida, pediu uma convenção que proíba a clonagem humana, favorecendo, ao invés, a pesquisa sobre as “células adultas”.

Por fim, citando JPII, Dom Giovanni Lajolo disse que a ONU deve “elevar-se do estado de instituição de tipo administrativo ao estado de centro moral, no qual todas as nações do mundo se sintam em sua casa, desenvolvendo a consciência comum de ser uma família de nações”. (RL)








All the contents on this site are copyrighted ©.