2004-09-10 16:33:37

Apelo de JPII: em defesa da infância, pelas voluntárias italianas seqüestradas em Bagdá, pela paz e a justiça no mundo


Cidade do Vaticano, 08 set (RV)- Um grito de dor, forte, que não pode deixar ninguém indiferente. Um grito para chorar todas as pequenas vítimas das grandes tragédias do mundo: as crianças assassinadas pela violência dos adultos, aquelas mandadas a combater como soldados, crianças inocentes e maltratadas, inermes e humilhadas, obrigadas à fome, abandonadas, assassinadas. As crianças _ “riqueza do mundo” _ espoliadas de sua dignidade e de seu futuro.

Com um sentimento de comoção mais forte do que seu cansaço, JPII envolveu num único abraço, a infância ultrajada de todas as partes do mundo, em sua reflexão na Audiência Geral desta quarta-feira, na Sala Paulo VI. A Audiência Geral contou com a presença de cerca de sete mil fiéis e peregrinos.

Das pequenas vítimas no “bárbaro seqüestro e tragicamente trucidadas” na escola de Beslan, na Ossétia do Norte, às duas voluntárias italianas seqüestradas ontem, no Iraque. O Papa pediu aos seqüestradores que respeitem as jovens e as restituam às suas famílias. Por fim, JPII voltou a pedir paz e justiça para o mundo.

O Pontífice iniciou sua catequese falando da Natividade de Nossa Senhora, que a Igreja hoje celebra em seu calendário litúrgico. “Contemplando Nossa Senhora Menina, como não dirigir nosso pensamento às tantas crianças de Beslan, na Ossétia, vítimas de um bárbaro seqüestro e tragicamente massacradas? Elas se encontravam no interior de uma escola, lugar onde se aprendem os valores que dão sentido à história, à cultura e à civilização dos povos, ou seja, o respeito recíproco, a solidariedade, a justiça e a paz.”

“Ao invés, entre aqueles muros elas experimentaram o ultraje, o ódio e a morte.”

Conseqüências “nefastas”, afirmou o Pontífice, “de um fanatismo cruel e de um insano desprezo pela vida humana”. Um paradoxo dilacerante, que levou o Papa a recordar “todas as crianças inocentes que, em todas as partes da terra, são vítimas da violência dos adultos”.

Um elenco dramático apresentado por JPII: “Crianças obrigadas a empunhar as armas e educadas a odiar e a matar; crianças induzidas a mendigar pelas ruas, exploradas para ganhos fáceis; crianças maltratadas e humilhadas pela prepotência e pelas imposições dos adultos; crianças abandonadas a si mesmas, desprovidas da família e de uma perspectiva de futuro; crianças que morrem de fome; crianças assassinadas nos tantos conflitos em várias regiões do mundo.”

“É um alto grito de dor da infância ofendida em sua dignidade. Isso não pode, não deve deixar ninguém indiferente.”

“Diante do berço de Nossa Senhora Menina, renovemos nossa consciência do dever de que todos temos que tutelar e defender essas frágeis criaturas e de construir para elas, um futuro de paz. Rezemos juntos para que sejam criadas para elas as condições de uma existência serena e segura.”

Antes de concluir a Audiência, o Papa saudou os presentes, falando-lhes em seus respectivos idiomas. Eis o que disse aos fiéis e peregrinos de língua portuguesa: “Amados irmãos e irmãs, na festa da Natividade de Maria Santíssima, elevemos nosso coração à Mãe de Jesus Cristo, para que proteja a infância e interceda junto a Deus, nosso Pai, pedindo pela paz e pela reconciliação dos homens e das mulheres do nosso tempo. Com estes votos saúdo a todos peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de visitantes portugueses de Évora. Com a minha bênção!” (RL)








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