2004-08-16 17:50:10

Concluída a peregrinação do Papa ao santuário mariano de Lourdes


Lourdes, 15 ago (RV)- O ponto alto da viagem de JPII à França foi a solene concelebração eucarística desta manhã, no patamar da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes.

Participaram da sugestiva cerimônia cerca de 250 mil fiéis, além de outros 50 mil que se encontravam aos arredores da Basílica de Lourdes. Eram fiéis e peregrinos, provenientes de numerosos países da Europa e do mundo, entre os quais cerca de dois mil enfermos.

Apesar de suas condições físicas e de sua idade avançada _ enfermo entre os enfermos, sofredor entre os sofredores _ o Santo Padre quis celebrar pessoalmente a santa missa, ainda que permanecendo sentado em sua poltrona. Concelebraram com o Papa numerosos cardeais, arcebispos, bispos e sacerdotes da França e de países vizinhos.

Durante a solene celebração da Assunção de Nossa Senhora, JPII proferiu a homilia, intercalada de calorosos aplausos da multidão presente. O Papa recordou, inicialmente, as palavras que a Virgem Maria disse a Bernadete, em 25 de março de 1858: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Essas palavras foram a confirmação da definição do Dogma da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, que o Papa Pio IX havia proclamado quatro anos antes das aparições em Lourdes.

Depois, apresentando Maria como modelo para os cristãos, o Papa falou dos dois dogmas marianos, celebrados em Lourdes: “Os dois dogmas _ o da Imaculada Conceição e o da Assunção de Maria ao Céu _ estão intimamente ligados entre si. Ambos proclamam a glória de Cristo Redentor e as santidade de Maria. Ela é penhor do cumprimento da promessa de Cristo. Assim, a sua Assunção se torna sinal de segurança, esperança e consolação.”

O Santo Padre recordou ainda que, da gruta de Massabielle (a gruta das aparições da Virgem a Bernadete Soubirous) Nossa Senhora fala a todos nós, cristãos do terceiro milênio.

Por isso, pediu a todos, sobretudo aos jovens, para dar ouvidos à Virgem Maria, a fim de encontrar o sentido da própria vida. Na resposta de cada um se encerra o segredo da verdadeira alegria e da paz.

Desta Gruta, disse o Papa, brota também, um especial apelo a todas as mulheres, neste tempo tentado pelo materialismo e pela secularização. “A vocês, mulheres, a tarefa de serem sentinelas do Invisível! E a todos vocês, irmãos e irmãs, faço um premente apelo para fazer tudo o que estiver a seu alcance, a fim que a vida _ toda vida e toda a vida _ seja respeitada, desde a sua concepção até o seu fim natural. A vida é um dom sagrado, do qual ninguém pode ser dono.”

O Santo Padre concluiu sua homilia, afirmando que a Virgem de Lourdes deixa a sua mensagem a todos: “Sejam mulheres e homens livres! Mas, lembrem-se: a liberdade humana é uma liberdade ferida pelo pecado. Por isso, ela deve ser libertada. Cristo é o seu libertador! Defendam a liberdade própria de cada um!”

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Ao término da santa missa, o Santo Padre rezou a oração mariana do Angelus, juntamente com os milhares de fiéis e peregrinos presentes diante da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes.

Recordamos que, precisamente, ontem, comemorou-se o 50º aniversário da primeira transmissão radiofônica da oração do Angelus. No dia 15 de agosto de 1954, a Rádio Vaticano transmitia pela primeira vez, a oração mariana, recitada pelo então Papa Pio XII, da residência pontifícia de verão de Castel Gandolfo.

Antes de oração do Angelus, como habitualmente, JPII fez uma breve reflexão, expressando mais uma vez, sua alegria em poder estar, pela segunda vez, em Lourdes.

O Santo Padre dirigiu uma saudação particular ao Exarca Emannuel, do Patriarcado de Constantinopla e Presidente dos Ortodoxos da França, presente na celebração. E, ato contínuo, dirigiu-se aos doentes...

“Meu pensamento de felicitação se dirige aos peregrinos que aqui vieram, provenientes de diversas partes da Europa e do mundo, e a todos os que estão unidos, espiritualmente, através do rádio e da televisão. Saúdo com carinho a vocês, caríssimos enfermos, que se encontram neste lugar bendito, em busca de alívio e esperança. Que a Virgem Santa os faça sentir sua presença e proporcione conforto a seus corações.”

Enfim, expressou seu apreço e reconhecimento a todos os que organizaram as várias peregrinações e aos acompanhantes dos enfermos. E agradeceu aos franceses pela calorosa hospitalidade.

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À tarde, antes de partir de retorno a Roma, o Santo Padre quis se deter novamente, em oração pessoal, diante da gruta de Massabielle, para apresentar as intenções da Igreja e de todo o mundo, sedento de paz e serenidade.

JPII deixou o aeroporto de Tarbes às 19h (hora local), após ter-se despedido das autoridades civis e religiosas e da Nação francesa.

Do aeroporto romano de Ciampino _ aonde chegou às 20h25 _ o Papa se transferiu imediatamente para a residência apostólica de verão de Castel Gandolfo, concluindo, assim, mais uma peregrinação apostólica internacional: a 104ª nesses seus quase 26 anos de pontificado. (MT)








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