Prossegue em Quito o Fórum Social das Américas

Quito, 27 jul (RV)- “Um espaço aberto ao debate para aumentar a capacidade de resistência social não-violenta ao processo de “desumanização” que o planeta está vivendo”. Na intenção dos organizadores, esse deveria ser o objetivo do I Fórum Social das Américas, inaugurado em Quito, no dia 25, com a presença de milhares de representantes da sociedade civil, provenientes de 40 países.

O encerramento está previsto para o dia 30. O tema: “Outra América é possível”.

Considerado como um “filho” do Fórum Social Mundial, realizado em 2001, em Porto Alegre, no Brasil, o Fórum das Américas transformará por cinco dias, a capital equatoriana numa imensa praça que deve acolher 350 eventos, entre seminários, conferências e debates dedicados a temas considerados cruciais para o futuro do continente, tais como a pobreza, a imigração, a dívida externa, a salvaguarda do meio ambiente e a corrupção.

Falar-se-á também da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), o imponente projeto pensado pela administração Bush para criar, até 2005, um mercado único, do Alaska à Terra do Fogo, projeto que se sobrepõe aos tratados de livre intercambio que a Casa Branca está discutindo especialmente com o Equador, Colômbia e Peru e, proximamente, também com a Bolívia.

E contra “a armadilha que a ALCA representa para os povos latino-americanos _ afirma um comunicado _ e, sobretudo, para os setores sociais mais marginalizados” terá lugar amanhã, quarta-feira, o ato central do Fórum: uma marcha que atravessará o centro de Quito, para envolver o maior número possível de pessoas, estudantes e operários, mas também cidadãos comuns.

Uma mobilização espontânea serviu de prólogo à apertura do Fórum no centro histórico de Quito, onde centenas de pessoas compareceram à Praça São Francisco, gritando por sete vezes “juyayai” (fraternidade em língua indígena) e fixando o olhar para os quatro pontos cardeais num gesto ritual que simboliza o espírito de solidariedade e aproximação. (MZ)