2004-07-27 19:17:24

“A Paixão de Cristo” de Mel Gibson permitido só para cristãos na Malásia


Kuala Lumpur, 26 jul (RV)- “A Paixão de Cristo”, o filme de Mel Gibson, que conquistou até mesmo o mundo árabe, poderá ser visto também na Malásia, mas somente “pelos cristãos”.

Meses atrás católicos e protestantes estavam preocupados temendo que a Comissão de Censura impedisse o seu lançamento. Uma intervenção do Primeiro-ministro, Datuk Seri Abdullah Ahmad Badawi permitiu a liberação do filme, mas “apenas para os cristãos”, “em determinados cinemas” e “sem nenhuma publicidade”.

Dos 25 milhões de malaios, aproximadamente dois terços são muçulmanos. O restante é composto por chineses e indianos; os cristãos são apenas 9%; e destes, os católicos são apenas pouco mais de 3%.

O Islamismo proíbe a representação de figuras sagradas, como é o caso de Jesus, reconhecido como profeta, mas não como Filho de Deus. Exatamente por isso, em 1998, foi proibido o lançamento do filme “O príncipe do Egito”, um desenho animado sobre a vida de Moisés, também reconhecido como profeta pelo Islamismo.

Em vista desses precedentes, as Igrejas protestantes ficaram felizes porque pelo menos os cristãos poderão assistir ao filme de Mel Gibson.

Dom Paul Tan Chee Ing, Bispo jesuíta de Melaka-Johor, numa declaração ao “Arauto”, de Kuala Lumpur, elogiou a decisão do Primeiro-ministro, mas lamentou a limitação confessional: “Estou perplexo e contrariado com a decisão” _ disse ele.

“Se o governo malaio é honesto e sério na promoção da tolerância racial e religiosa entre os cidadãos, deve adotar uma postura mais aberta para com os fiéis, os valores e as culturas dos homens de boa vontade.”

“Não devemos exagerar as nossas diferenças de modo negativo” _ acrescentou ele. “Devemos sublinhar, ao contrário, as nossas semelhanças. O filme “A Paixão de Cristo” pode ser um ótimo motivo para incentivar o diálogo inter-religioso e para fazer amadurecer a compreensão e aceitação de uns para com os outros.”

Dom Tan pediu ao Primeiro-ministro que reveja a restrição “só para os cristãos”. “Tal restrição _ explicou ele _ daria uma imagem negativa, num mundo vibrante e globalizado, que busca sempre mais pontos em comum, de modo positivo.” (MZ)








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