2004-07-26 19:06:07

23 de julho: onze anos depois do fatídico massacre da Candelária


Rio de Janeiro, 23 jul (RV)- Era o dia 23 de julho de 1993 e um grupo de setenta meninos e adolescentes de rua dormiam nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, quando foram surpreendidos por uma brutal operação da polícia.

Recordam-se hoje os 11 anos do massacre da Candelária, um dos numerosos e impunes massacres de crianças que, na época, deu o que falar, mas que não conseguiu eliminar a impunidade dos “esquadrões da morte”, ainda hoje empenhados em “limpar as ruas” da presença desses meninos de rua.

“Estavam dormindo. Quase ao amanhecer chegaram dois carros amarelos. Cinco pessoas, apenas uma com o rosto coberto, desceram dos carros. Cinco homens armados que dispararam sobre aqueles trinta meninos, como se fossem alvos de um tiro ao alvo; mataram oito, cuja idade variava entre 8 e 15 anos”, escrevia o “Jornal do Brasil”. na edição de 24 de julho de 1993. Oito meninos foram mortos a sangue frio e dezenas de outros ficaram feridos.

Dos oito policiais processados pelo crime apenas três estão na cadeia: o ex-agente Marcos Vinicius Emmanuel, condenado a 300 anos de reclusão em regime de isolamento; Marcos Aurélio Dias Alcântara, condenado a 204 anos; e Nelson Oliveira dos Santos Cunha, condenado a 18 anos.

Wagner dos Santos, um dos sobreviventes ao massacre, atingido por uma bala, vive hoje na Suíça. As reiteradas ameaças de morte obrigaram-no a fugir do Rio de Janeiro e a viver bem longe. (MZ)








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