Padres e fiéis agredidos na Índia, por causa da construção de uma igreja

Nova Délhi, 20 jul (RV)- O clima das relações entre as comunidades religiosas na sociedade indiana tende a melhorar, embora os grupos extremistas hindus continuem a fomentar ódio e violência e a atacar pessoas e lugares cristãos.

A notícia foi dada pela agência missionária de notícias FIDES, referindo-se ao último grave episódio ocorrido no estado de Andra Pradesh, no sudeste da Índia, onde, há dois dias, mais de 100 militantes hindus espancaram um sacerdote católico e seus fiéis, para impedir a construção de uma nova igreja, já autorizada pelo Estado.

O episódio ocorreu na manhã de domingo, 18 de julho, quando mais de 100 fanáticos invadiram o centro católico Betânia, de Ashram, nas proximidades de Hyderabad, lugar de culto da comunidade católica de rito sírio-malankarese, um dos três existentes na Índia, junto com o latino e o sírio-malabarense.

Os militantes saquearam e devastaram o edifício sagrado, espancando Pe. Joseph Vattaparambil, responsável pela comunidade, e os fiéis, que foram obrigados a fugir para não correr o risco de ser mortos. Destruíram quadros, objetos, livros sagrados, arrancaram o portão de entrada, e jogaram tudo nos buracos que haviam sido escavados para os alicerces da nova igreja.

O ataque ocorreu exatamente no momento em que estavam iniciando a santa missa e os fiéis ficaram traumatizados pela inesperada explosão da violência. O lançamento da pedra fundamental da igreja _ que será erguida no mesmo local onde antes existia outra igreja _ estava marcado para as 18h30 de domingo.

O fato gerou medo na comunidade cristã local e o protesto oficial por parte da Igreja. Dom Joji Marampudi, Arcebispo de Hyderabad, enviou uma mensagem a Rajasekhar Reddy, Primeiro-ministro do Estado de Andra Pradesh, exprimindo preocupação pelo grave ato de intimidação, e pela evidente violação da liberdade religiosa contra a minoria cristã.

As autoridades já haviam autorizado a construção da nova igreja. O lançamento da pedra fundamental foi protelado.

O Arcebispo disse que a comunidade católica jamais violou as leis do estado, sublinhando que na região, as relações entre comunidades religiosas sempre foram pacíficas. “Temo que os extremistas queiram criar ódio, tensão e medo” _ acrescentou Dom Marampudi.

O Bispo pediu que os responsáveis pelo ato de vandalismo e violência sejam procurados com firmeza e incriminados, e convidou o Primeiro-ministro a “garantir a harmonia e a tolerância na sociedade e a proteger as minorias religiosas”. (MZ)