Ícone de Nossa Senhora de Kazan será restituído a seus legítimos proprietários: ortodoxos russos

Cidade do Vaticano, 11 jul (RV)- No dia 28 de agosto próximo, JPII doará à Igreja Ortodoxa, o ícone sagrado de Nossa Senhora de Kazan, tão caro aos fiéis ortodoxos russos.

“Algumas semanas atrás, o Santo Padre comunicou ao Patriarca Ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, seu desejo de doar à Igreja Ortodoxa Russa, o ícone sagrado de Nossa Senhora de Kazan” _ anunciou ontem, o porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls.

“Desde que _ anos atrás _ o Papa recebeu de presente esse ícone sagrado _ sublinhou Navarro-Valls _ ele sempre manifestou o seu desejo de restituí-lo ao povo russo. Agora chegou o momento propício para fazê-lo. Assim, foi concordada a data de 28 de agosto próximo _ solenidade da “Dormição de Nossa Senhora”, segundo o calendário litúrgico ortodoxo, para a cerimônia de entrega do ícone sagrado.”

A solenidade da “Dormição de Nossa Senhora” é recordada no calendário litúrgico católico no dia 15 de agosto, sob a denominação “Assunção de Nossa Senhora”, ou seja, a elevação de Maria, em corpo e alma, à eternidade, para junto de Deus, de forma definitiva.

Embora não tenhamos registros históricos sobre o desfecho da vida terrena da Mãe de Deus, desde cedo se usou o termo “dormitio” (dormição) no lugar daquilo que chamamos comumente de morte. Acredita-se, portanto, que Maria não deitou para dormir o sono da morte, mas, para passar para a eternidade, fora do tempo e do espaço, em corpo e alma.

A partir do século VIII, o termo “dormição” foi substituído por Assunção, que define melhor a elevação de Maria, em santidade plena e em união perene, espiritual e corporal com seu Filho e Nosso Senhor, Jesus Cristo.

O ícone sagrado de Nossa Senhora de Kazan é muito antigo e venerado pelos ortodoxos e muito provavelmente, foi roubado e colocado à venda no mercado internacional de antiquariato, onde foi comprado e presenteado ao Papa, em 1993, pela “Armata Azzurra” (Armada Azul), uma organização católica ligada à devoção a Nossa Senhora de Fátima.

Desde então, tem sido conservado com devoção, na capela privada dos aposentos do Santo Padre, à espera da ocasião propícia para a sua devolução ao culto dos fiéis ortodoxos, em sua terra de origem, a Rússia.

“O Santo Padre _ conclui o comunicado de Navarro-Valls _ espera que essa peregrinação romana de Nossa Senhora de Kazan possa contribuir para a tão desejada unidade entre as Igrejas Católica e Ortodoxa.” (AF)