2004-07-11 15:48:05

Teologia da Libertação afirma: pluralidade de credos é fator positivo


Barcelona, 09 jul (RV)– A Teologia da Libertação saúda a “diversidade de credos” na América Latina como uma “oportunidade para trabalhar juntos”. Foi o que disse hoje, o sacerdote chileno e Presidente da Associação Ecumênica do Terceiro Mundo, Diego Irarrazábal.

Pe. Irarrazábal, que participa o Parlamento das Religiões, em curso desde a última quarta-feira, em Barcelona, e que se prolongará até a próxima terça-feira, no Fórum Universal das Culturas, comentou para a agência de notícias espanhola EFE, o fato de, na América Latina, “a cristandade” estar sendo “substituída por um pluralismo de culturas e formas religiosas”, tais como confissões afro-americanas, indígenas e asiáticas.

Segundo Pe. Irarrazábal, essa situação contraria os católicos mais conservadores, que qualificam de “paganismo” alguns dos ritos não cristãos.

Todavia, a Teologia da Libertação, “no exercício permanente de autocrítica”, considera esses credos como uma oportunidade para progredir na resolução dos problemas sociais e econômicos na região, acrescentou Pe. Irarrazábal.

A Teologia da Libertação _ partidária da uma ação revolucionária que, através da luta de classes, solucione os problemas sociais da América Latina _ pretende “enfrentar os ídolos do poder, que desumanizam os povos”, afirmou o sacerdote.

Pe. Irarrazábal sublinhou que essa corrente impulsiona “uma leitura do Cristianismo que tem como centro os pobres, os indígenas, as mulheres e o meio ambiente” e está “em disputa com o fundamentalismo econômico da sociedade neoliberal que oprime os pobres”.

Por sua vez, o intelectual muçulmano, Tariq Ramadan, que também participa do Parlamento das Religiões, considera que o Islamismo e a Teologia da Libertação são “compatíveis” porque ambos têm a visão de que “é necessário fazer alguma coisa para mudar o mundo”.

Ambas as ideologias _ sublinhou ele _ “baseiam-se no respeito a Deus e na libertação das pessoas, da alienação em que vivem”. Por essa razão, propôs que cristãos e muçulmanos trabalhem juntos “para libertar os homens da opressão e da exclusão”.

Em outro encontro realizado hoje, no âmbito do Fórum de Barcelona, diversos representantes de organizações não-governamentais (ONGs) reivindicaram o perdão da dívida externa dos países do terceiro mundo, como único caminho para se alcançar a paz e obter maior segurança mundial.

Essas ONGs denunciaram que a dívida externa é a expressão de um “colonialismo moderno”, que escraviza de forma “cruel” e “invisível”, os países em desenvolvimento. Os delegados das ONGs consideram a dívida externa como algo “ilegítimo” e “odioso”, pois foi feita por países em situação de conflito e por ditadores, que utilizaram os empréstimos para oprimir seus respectivos povos. (AF)








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