2004-07-08 17:45:13

Presidente argentino faz duras críticas à Igreja de seu país


Buenos Aires, 07 jul (RV)- O Presidente da Argentina, Néstor Kirchner, criticou duramente, nesta terça-feira, a “extrema hipocrisia” de alguns representantes da Igreja Católica, que teriam apoiado “o projeto de concentração econômica” vigente no país, nos últimos anos.

Num ato de apresentação do Banco Social de Terras, destinado aos setores da população com problemas de habitação, o Presidente lançou mão de críticas a alguns bispos, diante da escalada de protestos sociais e ações de violência das últimas semanas.

“Muitos dos que falam em assumir as responsabilidades, alguns pastores da minha própria igreja, deveriam esclarecer qual foi sua responsabilidade” _ disse Kirchner, referindo-se à deterioração das condições socioeconômicas do país.

Embora não tenha fornecido nomes, o Presidente se dirigia especialmente a Dom Héctor Rubén Aguer, Arcebispo de La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, ao falar de um “fiador de um financista que esteve preso”.

No ano passado, coube a Dom Aguer pagar uma fiança de 336 mil dólares estabelecida pela Justiça, para a libertação de Francisco Trusso, condenado por um desvio de 330 milhões de dólares, com a quebra fraudulenta do Banco de Crédito Provincial.

Num programa de TV exibido sábado passado, Dom Aguer disse que a situação social “piorou excessivamente”, falou de “um conflito que está saindo dos limites” e pediu “sensatez e cautela”.

O Arcebispo se referia aos crescentes protestos de organizações de desempregados, que em algumas ocasiões chegaram à violência.

“Não estou disposto a ouvir as pessoas se expressarem de forma banal, sejam elas da direção política ou pastores da Igreja” _ disse Kirchner, na Casa Rosada. (MZ)








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