2004-06-25 17:48:37

Santo Padre: a origem da crise familiar é cultural


Cidade do Vaticano, 25 jun (RV)- O Papa recebeu hoje, na Sala Clementina, os professores universitários que participaram do Congresso “Família na Europa”.

O Papa começou seu discurso destacando o contexto do Ano Internacional Família, ideal para refletir e fazer um confronto sobre os fundamentos, as experiências e as perspectivas da família na Europa.

Para o Papa, a família é o espelho da sociedade e, portanto, espelho do futuro da Europa. “A família será o fulcro do progresso cultural e institucional do Velho Continente”, afirma. É neste âmbito que se revela a importância do professor universitário católico: ao seguir de perto os alunos e seus familiares, ele pode promover, junto aos primeiros, uma reflexão responsável e consciente.

JPII fez uma espécie de “histórico” da família, começando do 1º. Milênio, quando o encontro entre o direito romano e a mensagem cristã gerou o que hoje chamamos de ‘modelo europeu de família’. Aquele modelo também se difundiu nas Américas e na Oceania, e sua evolução tem coincidido com as vicissitudes da própria civilização ocidental.

De fato, disse o Papa, desde a metade do século passado, nas comunidades socias e economicamente mais avançadas, começaram a aparecer fenômenos e sintomas indicadores de uma crise profunda.

As consequências desta crise estão sob os olhos de todos. Mas a família sempre foi um elemento de coesão e força e, hoje, mesmo fortemente contestada, continua a convergir aspirações, desejos, projetos e nostalgias.

“A origem da crise, na realidade, é cultural”, declara o Papa. Hoje, as novas gerações se sentem aparentemente atraídas pelo ideal da família tradicional, mas ao mesmo tempo são incapazes de assumir adequadamente as responsabilidades inerentes a ela.

O Papa então elogiou a realização deste encontro, que aborda a instituição da família do ponto de vista dos fundamentos filosóficos, jurídicos e teológicos, interpretando suas experiências, problemas e situações dramáticas e estudando as perspectivas abertas pelo novo modelo familiar.

Segundo o Papa, a questão central é: pode-se ainda falar hoje de um modelo de família? A Igreja Católica está convencida da necessidade de reafirmar as instituições do matrimonio e da família. São realidades que derivam do desejo de Deus, e seu significado só pode ser plenamente revelado no âmbito de seu desígnio criativo e salvífico.

Por isto, o papel daqueles que atuam nos campos da cultura e da pesquisa cientifica é cada vez mais significativo. Esse caminho passa através do diálogo e do confronto entre diversas disciplinas ligadas aos temas familiares.

Enfim, JPII agradeceu a iniciativa destes professores, considerando-a oportuna no atual contexto europeu. Auspiciando que a família possa desempenhar o papel que compete a sua dignidade na Europa de hoje e de amanhã, o Papa evocou o modelo e a intercessão da Santa Família de Nazaré, e abençoou os participantes do encontro.

O Simpósio é promovido pela Pastoral Universitária do Vicariato de Roma, em parceria com o Ministério do Trabalho e com o patrocínio da Presidência da República. Contou a presença do Cardeal Camillo Ruini, vários ministros, e do Prefeito de Roma, Walter Veltroni.

Os trabalhos, que se encerram no domingo, reuniram 400 professores universitários de 30 países europeus. A sede do encontro é a Pontifícia Universidade Lateranense. (CM)








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