2004-06-19 14:42:47

Realiza-se em Roma conferência da ONU por ocasião do Dia Mundial do Refugiado


Roma, 18 jun (RV)- “Um lugar chamado casa.” Este é o tema do próximo Dia Mundial do Refugiado, que será celebrado no domingo, 20 de junho. Na manhã desta sexta-feira, em Roma, houve uma conferência organizada pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, que há mais de 50 anos trabalha em favor de milhões de pessoas, obrigadas a deixar o próprio país por causa das perseguições ou perigo de morte por motivos raciais, políticos, religiosos e de conflito armado.

Os refugiados sempre alimentam o sonho de reaver a sua casa, pois trazem consigo o sentimento de afeto, calor, segurança e sentido de pertença. Perder a própria casa significa perder a própria identidade. O delegado para a Itália do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Walter Irvine, destacou que a maior parte destas pessoas querem voltar à Pátria, mas nem sempre conseguem, e por vezes, trata-se de um percurso longo e cansativo. Mas nos últimos dois anos verificou-se um numero de repatriações sem precedentes, aproximadamente 3 milhões e meio.

Este número acrescenta-se a outro dado positivo: diminui o numero total de refugiados. De 2001 a 2003, passaram de quase 22 milhões a pouco menos de 17 milhões, com uma redução de mais de 20%, atingindo a cifra mais baixa desta década.

Este é um motivo de orgulho para o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, que louva o renovado empenho da comunidade internacional, mas coloca em ressalva contra um excessivo otimismo, porque este dado, em parte, pode ser o resultado de políticas de asilo mais restritivas, especialmente nos países europeus.

Eis alguns dados sobre as pessoas que no momento estão sob a proteção da ONU: 9 milhões e 700 mil refugiados; 1 milhão e 100 mil repatriados; 4 milhões e 200 mil deslocados no próprio país e 223 mil que reentraram em seu próprio país; e quase um milhão que pediram asilo político, dentre os quais muitos que não têm nenhuma pátria.

A porta-voz na Itália do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Laura Boldrini, explica as estratégias de intervenção para apoiar os refugiados:

“O tema deste ano é 'Um lugar chamado casa', exatamente porque queremos sublinhar as soluções ao drama dos refugiados. Os refugiados existem, mas quais são as soluções? Uma, a preferida dos refugiados, é o retorno a casa, mas um retorno que seja com segurança e dignidade. Um retorno que deve ser sustentado pela comunidade internacional. A outra solução é a integração no país do primeiro asilo. A terceira medida, que se considera possível para dar aos refugiados um futuro, é aquela da transferência a um terceiro país, ou seja, o reassentamento, desde que haja países que ofereçam tal possibilidade.” (MZ)








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