Censura na Rússia de Putin

Moscou, 02 jun (RV)- As denúncias de censura na Rússia de Vladimir Putin vieram novamente à tona nesta quarta-feira, depois da demissão de um dos jornalistas mais famosos do país, e da agressão policial contra repórteres que cobriam uma manifestação de esquerda.

A demissão do popular jornalista de televisão Leonid Parfionov relegou a um segundo plano, a brutal agressão policial contra os repórteres que cobriam uma manifestação, em frente à sede do governo, de nove militantes da “Vanguarda da Juventude Vermelha”, por ocasião do Dia Internacional da Criança.

A correspondente do diário “Kommersant”, Oleg Kvashnin, disse que os agentes a jogaram no chão e, depois de apontar a metralhadora contra sua nuca, deram-lhe chutes “por todo o corpo e no rosto”.

Todos os jornalistas foram detidos e tiveram apreendidas suas fitas de vídeo e películas fotográficas. Poucas horas depois, perto da meia-noite, foi anunciada a demissão de Parfionov, autor e apresentador do programa semanal “Namedni”, e considerado o melhor jornalista da televisão russa.

O estopim da demissão foi uma entrevista da viúva de Zelimjan Yandarbiyev, ex-presidente da Chechênia separatista, que morreu no Qatar, na explosão de uma bomba em seu veículo. As declarações da mulher foram transmitidas para a parte asiática do país e depois retiradas do programa dominical.

Segundo Parfionov, a censura foi determinada por “solicitação verbal dos serviços secretos”, que consideraram inoportuna a cobertura do julgamento de dois de seus agentes, acusados pelas autoridades do Qatar, de terem cometido o atentado. (PL)