2004-05-28 16:21:22

Respeito pelo ser humano e condenação ao terrorismo: foram temas do discurso de JPII a novos embaixadores


Cidade do Vaticano, 27 mai (RV)- O respeito absoluto pela pessoa humana, a condenação a todo tipo de tortura e terrorismo, o diálogo pela paz entre as religiões, e a solidariedade internacional para com os países pobres foram os temas fortes dos discursos do Papa a sete novos embaixadores junto à Santa Sé, recebidos em audiência esta manhã, para a apresentação de suas credenciais. Trata-se dos diplomatas do Suriname, Sri Lanka, Mali, Iêmen, Zâmbia, Nigéria e Tunísia.

No discurso comum aos sete novos embaixadores, JPII ressaltou, com preocupação, a contínua chegada, de todos os continentes, de “notícias inquietadoras sobre a situação dos direitos do homem”.

“Homens, mulheres e crianças são torturados e profundamente desrespeitados em sua dignidade, contrariamente à Declaração dos Direitos do homem.”

“Toda a humanidade é, desse modo, ferida e desrespeitada” _ ressaltou o Pontífice.

E como “todo homem é nosso irmão em humanidade _ disse o Santo Padre _ nós não podemos nos calar diante de tais violações, que não são toleráveis”. “Cabe a todos os homens de boa vontade, quer tenham responsabilidades ou quer sejam simples cidadãos, fazer todo o possível pelo respeito de cada ser humano.”

“Hoje _ disse JPII _ faço um apelo à consciência dos nossos contemporâneos. De fato, é a consciência dos homens que deve ser educada, a fim de que cessem para sempre, as violências insuportáveis que pesam sobre nossos irmãos em humanidade.”

“Todos os homens devem mobilizar-se em favor do respeito aos direitos fundamentais de todas as pessoas. Nós não podemos viver na paz e o nosso coração não poderá permanecer em paz, enquanto todos os homens não forem tratados dignamente.”

“É nosso dever ser solidários com todos. A paz não poderá chegar, se nós não nos mobilizarmos todos... a fim de que todos os homens do planeta sejam respeitados. Somente a paz permite esperar no futuro” _ ressaltou o Santo Padre.

No discurso ao novo embaixador da Tunísia junto à Santa Sé, Afi Hendaoui, o Pontífice condenou mais uma vez “a violência intolerável do terrorismo”, recordando, por outro, lado a necessidade de respeitar o Direito Internacional.

E lançou um novo apelo aos líderes do Oriente Médio a retomarem o caminho da negociação: “A violência e a guerra, sabemos bem demais _ enfatizou o Pontífice _ não podem resolver os conflitos.” Pelo contrário, geram uma cadeia de outras violências e “ódios duradouros”.

JPII ressalta a urgência de que o Cristianismo e o Islamismo estabeleçam “um verdadeiro diálogo, respeitoso e fecundo, para denunciar toda manipulação da religião a serviço da violência”.

Os esforços no caminho da democratização na Nigéria caracterizaram o discurso ao embaixador nigeriano, Kingsley Sunny Ebenyi. O Papa expressou palavras de encorajamento para com o povo desse país africano, que deve afrontar muitos desafios complexos, para reforçar a própria democracia. Em particular, citou os episódios de violência na região do delta do Níger e as tensões étnico-políticas no noroeste do país.

Nesse contexto, o Papa ressaltou o papel vital das religiões para a construção da paz. “Jamais _ reiterou JPII _ a violência poderá encontrar uma justificação religiosa.”

O Pontífice expressou desse modo, o desejo de que os contrastes (também sangrentos) entre as comunidades nigerianas de etnias ou credos religiosos diversos possam ser resolvidos com um diálogo sincero, voltado para a reconciliação e a mútua compreensão.

“A solidariedade é o instrumento seguro para superar os contrastes étnicos e a intolerância religiosa”: foi a reflexão feita pelo Santo Padre a Anderson Kaseba Chibwa, embaixador da Zâmbia, país que celebra este ano, seu 40º aniversário de independência.

“As chagas que afligem a África _ conflitos, pobreza e AIDS, entre outros _ disse, podem ser sanadas somente através de iniciativas baseadas num espírito de solidariedade, que defende a liberdade de toda pessoa e a segurança de toda nação.”

“Por isso _ advertiu o Pontífice _ buscar a superioridade econômica e política em detrimento dos outros, coloca em risco toda perspectiva de desenvolvimento e de verdadeira paz.”

A seguir, o Papa louvou o empenho da Zâmbia em favor da reconciliação na África, especialmente na região dos Grandes Lagos.

O Santo Padre se deteve sobre os temas do tráfico de crianças e do trabalho infantil, no discurso ao novo embaixador do Mali, Mohamed Salia Sokona: Trata-se _ disse JPII _ de “práticas inadmissíveis, que mortificam a dignidade primordial dessas frágeis criaturas”.

JPII ressaltou a questão da desertificação, que gera “precariedade e miséria” e que muitas vezes obriga os habitantes a abandonarem as próprias raízes, em busca de melhores condições de vida em outros lugares.

“Convido a comunidade internacional _ concluiu o Papa _ a expressar de modo sempre mais significativo, a própria solidariedade e o apoio aos pobres”, sobretudo “mantendo as promessas feitas, em tema de investimentos, subvenções e reduções da dívida externa”. (RL)








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