2004-05-27 18:01:22

Lula diz que fome é a pior arma de destruição em massa


Xangai, 26 mai (RV)- O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defende a necessidade de situar a fome no centro da agenda internacional, porque a falta de alimentos é a maior “arma de destruição em massa que existe”.

“A fome é o mais grave problema do mundo, porque não mata terroristas, mas pessoas inocentes, bebês, crianças e mulheres” _ denunciou Lula, durante sua visita a Xangai, China, onde participou da abertura do Fórum do Banco Mundial contra a pobreza.

O Presidente do Brasil anunciou que vai propor a criação de um “grupo de trabalho contra a fome e a pobreza” no âmbito das NN.UU., com o apoio do Secretário-geral, Kofi Annan, para combater a fome no mundo e colocar esse problema no centro da atenção internacional. Lula vai lançar essa idéia também na reunião dos chefes de Estado e de Governo da União Européia e da América Latina, que se celebrará dentro de poucos dias, na cidade mexicana de Guadalajara.

“Os países em desenvolvimento não podem esperar que as nações ricas coloquem este problema” _ ressaltou Lula, animando os países pobres a “começarem a gritar”, para que se ouça a sua voz, e a escassez de alimentos passe a ser um “problema político” de ordem mundial.

“Não é uma utopia. Juntos podemos caminhar rumo a um mundo de prosperidade e igualdade”, afirmou o Presidente do Brasil, pedindo “mais atenção do mundo para as questões sociais”, a fim de que milhões de seres humanos possam satisfazer sua necessidade de se alimentar pelo menos três vezes ao dia.

O Brasil não pretende um confronto mundial entre ricos e pobres, mas deseja “que cada país defenda seus interesses” e a ordem mundial não seja ditada só pelos grandes, como a União Européia ou EUA, disse Lula, embora afirmando que compreende que “eles devem defender seus próprios interesses”.

A ampliação do G-3 (Brasil, África do Sul e Índia) para um possível G-5 (com a entrada da China e da Rússia), seria apenas o início de um projeto em nível mundial, que possa incluir todos os países em desenvolvimento, disse o Presidente do Brasil, insistindo na necessidade de uma ampliação dos intercâmbios Sul-Sul, como os que Brasil e China pretendem implementar. (PL)








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