2004-05-26 13:45:51

Xangai: países pobres reunidos para discutir sobre desenvolvimento


Xangai, 25 mai (RV)- A Conferência de Xangai sobre a pobreza foi inaugurada hoje com um apelo dos países em desenvolvimento e do Banco Mundial para que se preste uma maior atenção aos povos desfavorecidos.

O problema do terrorismo internacional, o conflito do Iraque e a segurança desviaram a atenção das nações industrializadas em detrimento dos países pobres, segundo o apelo lançado na Conferência.

“A fome é a pior das armas de destruição em massa, pois milhões de pessoas ao ano são vítima dela”, assinalou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de abertura, ganhando o aplauso de uma audiência composta principalmente por representantes dos países em desenvolvimento.

Lula pediu que a pobreza deixe de ser tratada como um problema social e passe a ser um assunto de política econômica de primeira ordem a nível nacional e internacional.

Os mesmos sentimentos expressou o anfitrião do encontro, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que no seu discurso no centro de Convenções de Xangai, destacou que a pobreza tem uma “dimensão políticaq” e é uma responsabilidade da comunidade internacional no seu conjunto.

“Sem paz e estabilidade, não poderemos falar nem de desenvolvimento nem de erradicação da pobreza”, disse Wen, e por isso exortou os governos do mundo a promoverem ambos os objetivos para criar uma abertura que conduza ao combate contra a miséria.

Por sua vez, o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, girou a frase do líder chinês afirmando que “sem aliviar a pobreza não há possibilidade de paz e estabilidade”.

Na conferência, convocada pelo Banco Mundial, participam durante os dois dias de trabalhos, mais de mil pessoas que trabalham em projeto de desenvolvimento em todo o mundo. O Objetivo principal é analisar e intercambiar idéias sobre cerca de 70 programas, e ampliar o alcance das experiências positivas a fim de que beneficiem um maior número possível de pessoas.

Apesar do caráter técnico do tema, os representantes dos países em desenvolvimento aproveitam a ocasião para reiterar suas críticas às nações ricas.

“Não é possível que as vacas em alguns países desenvolvidos recebam mais de dois dólares em subsídios ao dia, enquanto a metade da população do mundo tem que sobreviver com menos de um dólar ao dia” destacou o presidente Lula no seu discurso, recebendo um grande aplauso.








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