Sudão: em perigo 350 mil pessoas

Cartum, 25 mai (RV)- 350 mil pessoas poderão morrer no Sudão, de fome e de doenças, se o mundo não intervier para revolver o conflito que eclodiu há mais de um ano, na região de Darfur.

É o alarme qua acaba de lançar a organização humanitária "Grupo de Crise Internacional" (ICG).

“È necessária uma intervenção internacional urgente, se não quisermos que "Darfur 2004" se torne como "Ruanda 1994", denuncia a organização num relatório, referindo-se ao genocídio de 800 mil pessoas, perpetrado em Ruanda, em 1994.

Segundo as NN.UU., os conflitos de Darfur, definidos como "a maior emergência humanitária dos últimos tempos," já provocaram um milhão de deslocados; e 120 mil pessoas já atravessaram a frontiera para passar ao vizinho Chade. O "Grupo de Crise Internacional" calcula que, desde a eclosão do conflito, no início de 2003, já morreram cerca de 30 mil pessoas.

"Resta pouco tempo à disposição, para salvar milhares de pessoas da fome e das violência dos milicianos de Janjaweed, apoiados pelo governo" _ afirma o relatório do ICG.

O governo de Cartum sempre negou ter ligação com os guerrilheiros, que define como “fora-da-lei”, mas os rebeldes de Darfur acusam o governo de ter fornecido as armas aos milicianos, para levar em frente um projeto de "limpeza étnica" e colocar a ferro e fogo numerosas aldeias.

O relatório do ICG pede uma intervenção conjunta da ONU, dos EUA, da UE e da União Africana para “intensificar a ação da Comissão para o cessar-fogo, instituída em 8 de abril passado, na esteira do acordo alcançado entre os rebeldes de Darfur e o governo de Cartum”. (PL)