2004-05-26 16:26:44

Reações no mundo ao esboço de resolução anglo-americano sobre o Iraque


Roma, 25 mai (RV)- O mundo reage ao projeto de resolução que EUA e Grã-Bretanha apresentaram, nesta segunda-feira, ao Conselho de Segurança da Onu, sobre o Iraque.

A Rússia disse que só vai examinar o projeto anglo-americano de resolução da ONU sobre o Iraque depois da designação de um governo provisório “legítimo”, aceito pela sociedade iraquiana e pelos vizinhos do Iraque. Foi o que declarou nesta terça-feira, o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergueï Lavrov.

A Comissão Européia manifestou satisfação pela passagem "prevista" do poder, no dia 30 de junho. Sobre a também prevista presença de tropas da coalizão, mesmo depois de tal data, a porta-voz do Comissário para as Relações Externas, Patten, observou que “se trata de uma escolha que caberá aos iraquianos”

O Presidente francês, Jacques Chirac, declarou ao Presidente norte-americano, George W. Bush, que o projeto de resolução sobre o Iraque é “uma boa base de discussão”, mas que é necessário continuar o debate sobre as responsabilidades do futuro governo, especialmente no campo da segurança.

O Ministro das Relações Exteriores da França, Barnier,foi pungente: ele fez saber que a resolução “deve ser discutida e melhorada” e que não deve ser “um cheque em branco” em favor dos EUA.

Já o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Fischer, definiu o esboço anglo-americano “uma ótima base sobre a qual se poderá alcançar um acordo". E o Premier britânico, Tony Blair, quis fazer um esclarecimento: ele disse que o novo governo iraquiano terá o direito de veto sobre as operações militares no país.

O ex-conselheiro do Pentágono para o Iraque, o xiita Ahmad Chalabi, dispara impiedoso contra o esboço de resolução apresentado ao Conselho de Segurança da ONU por EUA e Grã-Bretanha: Chalabi denuncia que o esboço de resolução não sanciona a transição da soberania a um governo iraquiano, e afirma que no seu discurso de segunda-feira, “Bush não disse nada de novo”.

Numa coletiva de imprensa, poucos dias depois da inspeção da polícia iraquiana e, ao que parece, também de agentes da inteligência norte-americana à paisana, na sua casa, Chalabi denuncia ainda que os recursos econômicos iraquianos vão permanecer _ mesmo depois de 30 de junho _ sob o controle total das forças da coalizão, outra violação da soberania iraquiana.

O Ministro da Defesa iraquiano, Ali Allaui, disse nesta terça-feira, que as tropas estrangeiras vão permanecer no Iraque ainda alguns "meses, não anos", durante uma coletiva de imprensa conjunta com o seu colega britânico, Geoff Hoon, em Londres. "Quanto à presença de tropas internacionais, para ajudar a estabelecer a segurança e a estabilidade (no Iraque), penso que será uma questão de meses, não anos", declarou Allaui.

Segundo uma sondagem publicada nesta terça-feira, pelo diário "The Guardian", dois em cada três britânicos são contra o envio de reforços militares para o Iraque.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China informou, nesta terça-feira, que “a China está estudando com atenção, a minuta de resolução apresentada pelos EUA e Reino Unido ao Conselho de Segurança", e espera que “os membros do Conselho escutem as opiniões de todas as partes, especialmente as iraquianas, as dos países árabes e as do Secretário-geral da ONU, Kofi Annan".

O porta-voz acrescentou que a atitude da China continuará sendo "positiva e construtiva" e espera que se chegue a um consenso em breve, para criar um "governo do povo do Iraque" sob a liderança da ONU. (PL)







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