2004-05-26 17:16:56

Instituído Conselho de Paz e Segurança da União Africana


Adis-Abeba, 25 mai (RV)- No Dia da África, o Presidente de turno da União Africana, Joaquim Chissano, Presidente de Moçambique, anunciou esta manhã, em Adis-Abeba, Etiópia, a criação do Conselho de Paz e de Segurança _ um organismo para tratar dos conflitos no continente.

Entre os desafios mais difíceis a serem enfrentados pelo continente _ que conta mais de 830 milhões de habitantes, 60% dos quais com menos de 20 anos _ um dos mais significativos é a instabilidade política crônica.

OBispo de Makeni, Serra Leoa, Dom George Biguzzi, analisa as causas dessa instabilidade...

Dom George Biguzzi:-“O problema é complicado, porque existem populações que são de tradições totalmente diferentes, envolvidas por uma globalização econômica cujos instrumentos lhe são desconhecidos. Eu diria que o crescimento foi quase forçado por elementos externos, começando já do século passado. Existe esse problema interno, que torna difícil um crescimento normal. Por outro lado, se olharmos a nossa história européia, foram necessários séculos de guerra e de interferências para se chegar aonde hoje nos encontramos.”

P. O Papa invocou reiteradas vezes, também ultimamente, uma intervenção incisiva da comunidade internacional. O que deveria ser feito, no seu parecer?

Dom George Biguzzi:-“Eu gostaria, verdadeiramente, que se olhasse com decisão para as zonas onde existem problemas e se interviesse, não tanto com base em cálculos políticos ou econômicos, como infelizmente acontece (porque em certas áreas, se pode ter uma vantagem pelas matérias-primas, como o petróleo), mas que se interviesse somente pelo bem do povo. Portanto, teria que se fazer pressão sobre os governos locais, que têm suas responsabilidades, e intervir com ajudas humanitárias, desvinculando-as dos interesses de quem intervém. Creio, porém, que estão se dando conta de que a guerra não resolve os problemas, mas sim os agrava; e o único caminho, na realidade sempre indicado pelo Santo Padre, é o do respeito pelo povo, pelos direitos humanos, é o caminho da superação das divisões étnicas (e isso, também os bispos africanos já o disseram). Creio que existirá um futuro, talvez não imediato, que reconduzirá à paz.” (RL)








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