Crônica: Ética islâmica e ética cristã


Dubai (RV*) - Ouvintes e leitores da Rádio Vaticano, aos poucos vou chegando à conclusão de que é essencial mudar a atitude de comparar religiões, e adotar uma abordagem que respeite as diferenças, ensejando a abertura de caminhos para a fraternidade e enriquecimento.

Tratando-se do relacionamento entre Islã e Cristianismo, as duas principais religiões monoteístas do planeta, existem muitos pontos comuns no campo da ética e moral.

Embora não exista ainda igualdade como nas sociedades ocidentais marcadas pela cultura cristã, constata-se uma evolução significativa quanto ao casamento e a vida conjugal, aproximando-se consideravelmente da moral cristã. A poligamia vai sendo abolida e o poder masculino de repudiar uma mulher deixa de ter respaldo legal.

A família é vista como a célula básica da sociedade por ambas as religiões. O matrimônio também é reconhecido como a única maneira de criar a entidade jurídica.

A promoção e a defesa da vida, do começo ao fim, são defendidas tanto por cristãos como islâmicos, sendo proibido o aborto, embora exista certa tolerância quanto ao chamado aborto terapêutico.

A  esterilização, mutilação e eutanásia são práticas não aceitas por islâmicos e cristãos.

Enfim, se a ética islâmica se revela assim próxima à bíblica e assume os ensinamentos do Antigo Testamento, é preciso reconhecer que, às vezes, ela oferece aos muçulmanos a possibilidade de admitir algumas posições do Evangelho.

Especialistas no estudo do Alcorão revelam que, de uma forma ou de outra, “o verdadeiro monoteísmo consiste no amor a Deus e no amor ao próximo”, interpretando assim o texto do Alcorão à luz do ensinamento Bíblico e Cristológico, do “duplo mandamento do amor”. Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para Rádio Vaticano.








All the contents on this site are copyrighted ©.