Por que o Papa é bem-vindo em Mianmar: monja responde


Yangun (RV) – “Fiéis mornos” – para usar uma terminologia do Papa Francisco – existem em qualquer religião, inclusive entre os budistas.

Por isso, a monja birmanesa Keta Mala criou a “Fundação Escola Dhamma”, para resgatar entre os fiéis os valores tradicionais budistas. A finalidade, afirma ela em entrevista à Rádio Vaticano, é reaproximar as pessoas da religião, combatendo a indiferença e contribuindo para a formação de jovens e crianças. Uma nova geração para que seja mais consciente de sua fé, da profunda espiritualidade e não repita os preceitos “como papagaios”, como diria Francisco.

Assim como no Cristianismo, no Budismo há inúmeras tradições. Naquela birmanesa, somente os homens podem ser “ordenados”, diferentemente do que acontece em Sri Lanka, por exemplo. As monjas são relegadas a um papel secundário dentro e fora dos mosteiros. E esta também é uma luta para Keta Mala, bem ciente de que esta batalha durará ainda muitos anos.

Quanto ao diálogo inter-religioso, a monja afirma que os conflitos internos comprometeram sua eficácia. Atualmente, os ânimos estão muito acirrados, exaltados inclusive devido à pressão da comunidade internacional. Ela afirma que os birmaneses se sentem injustamente atacados, e é por isso que o Pontífice é bem-vindo:

“O Papa Francisco é realmente um grande líder para os cristãos, mas não só, também para todas as pessoas do mundo. O nosso país está enfrentando inúmeras dificuldades neste momento, mas com a vinda do Papa ao país nós sentimos que ele está conosco, nós sentimos que ele se preocupa com nosso país e será uma benção para nós. É por isso que me sinto muito feliz e muito grata com a sua vinda.”

No programa da visita, o Papa se reunirá com o Conselho Supremo Budista de Mianmar na tarde de quarta-feira. 








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