Amazônia: compromisso com a vida numa Igreja pobre com os pobres


Porto Velho (RV) – Depois de participar em Brasília, no fim de semana, do Seminário Geral ‘Laudato si’ organizado pela REPAM, que reuniu representantes de toda a Amazônia, a delegação de convidados da REBAC, Rede Eclesial da Bacia do Congo, se dirigiu a Porto Velho (RO), para conhecer de perto o campo de trabalho da Rede eclesial Pan-amazônica.

O arcebispo anfitrião do grupo, Dom Roque Paloschi, revelou à RV os detalhes da programação amazônica da delegação congolesa:

“Domingo, fizemos um quadro geral da realidade da Amazônia e mais particularmente aqui do estado de Rondônia: a questão indígena, a questão dos grandes projetos, a questão da destruição da natureza e, sobretudo, a realidade da violência aqui no estado, seja no campo (Rondônia é o estado mais violento do Brasil), e a realidade da Igreja no seu dia a dia, o que está conseguindo fazer”.

“Segunda-feira, fomos  em contato ‘in loco’ com os atingidos pelas barragens na região de Jaci-paraná, a 100 km de Porto Velho. Ali, uma vila com cerca de 3 mil habitantes viu chegar, de uma hora para outra, mais de 20 mil trabalhadores, com todas as consequências como a violência, a promiscuidade, a exploração, a vida desumana... Estamos vendo também a grande dívida das chamadas ‘compensações sociais’ que nunca foram verdadeiramente cumpridas e como isto está impactando as pessoas e as famílias. Também fomos num assentamento, onde cada família deveria receber 50 hectares e acabou recebendo 10, e sobretudo, não houve a efetivação das promessas feitas pela Santo Antônio Energia. Fomos ver também um projeto social no lixão de Porto Velho, desenvolvido pela Paróquia São José. Veremos também uma experiência da agroecologia e um grupo de famílias que foram arrancadas de uma área pública que é do Incra. Vamos visitar mais uma obra da Igreja na periferia de Porto Velho e uma comunidade indígena que vive dentro da cidade, com todos os dilemas que nós sabemos, como o que significa para as comunidades indígenas viver nos perímetros urbanos. Vamos também fazer um pequeno contato com o nosso Seminário e depois uma avaliação”.

“Acho que nós pudemos sentir uma grande semelhança da ganância do dinheiro, no mundo inteiro, e suas consequências sobretudo na Criação, a Casa Comum, e também, de modo particular, os pobres da Terra”.

“Nós queremos louvar e bendizer a Deus por esta oportunidade de receber nossos irmãos do Congo Brazaville e da RD Congo, e também da Conferência dos Bispos da África, como o Padre Samuel, que é angolano. Acho que tudo isso nos aproxima e nos ajuda a pensar que somos uma Igreja chamada a sair e testemunhar o amor, a misericórdia de Deus e o compromisso com a vida e de uma Igreja pobre com os pobres, mas também o compromisso com a Casa Comum. Por tudo, Deus seja louvado”. 

 








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