Iraque: combates obrigam milhares a fugir de Tuz Khurmatu


Bagdá (RV) - A Anistia Internacional recolheu imagens de satélite, vídeos, fotografias e dezenas de testemunhos sobre a fuga em massa de dezenas de milhares de civis da cidade iraquiana de Tuz Khurmatu, após os combates de 16 de outubro entre as forças governamentais - apoiadas pelas milícias chamadas 'Unidades de Mobilização Popular' -  e os combatentes curdos "peshmerga".

Testemunhas indicam que ao menos 11 civis foram mortos pelos ataques indiscriminados, centenas de propriedades foram saqueadas, incendiadas e destruídas, naquele que pareceu ser um ataque planejado contra a área de maioria curda da cidade.

"Em poucas horas, as vidas de diversos homens, mulheres e crianças de Tuz Khurmatu foram devastadas. Milhares de pessoas perderam casas, negócios e tudo que possuíam e agora se encontram nos campos, nos povoados e nas cidades vizinhas, perguntando-se se algum dia poderão retornar", declarou Lynn Maalouf, Diretora para as pesquisas sobre o Oriente Médio da Anistia Internacional.

"As autoridades iraquianas no passado já haviam declarado que não tolerariam nenhum ataque contra os civis e chamariam em causa os responsáveis. Agora devem traduzir as suas palavras em ações e iniciar investigações imparciais sobre o que ocorreu em Tuz Khurmatu, de forma que as vítimas recebam total reparação e os responsáveis sejam levados diante da justiça", acrescentou Maalouf.

A Missão de  assistência das Nações Unidas para o Iraque (Unami) informou à Anistia Internacional que desde 16 de outubro, mais de 35 mil habitantes de Tuz Khurmatu deixaram a cidade. Muitos o fizeram entre às 2 e 6 da manhã daquele dia, assim que iniciaram os combates.

Até 16 de outubro, Tuz Khurmatu era uma cidade multiétnica com uma população de mais de cem mil habitantes, entre curdos, turcomenos e árabes, e estava sob controle conjunto das forças do Governo regional do Curdistão, das Unidades de Mobilização Popular e da Polícia local.

Foi quando em 16 de outubro, as forças regulares iraquianas, apoiadas pelas Unidades de Mobilização Populares, assumiram o controle da cidade.

 








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