2017-10-23 15:57:00

Tradução Textos Litúrgicos. Carta do Papa ao Card. Robert Sarah


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta ao Cardeal Robert Sarah para, citamos, "exprimir simplesmente e claramente" algumas observações sobre o Motu proprio Magnum Principium, sobre traduções dos textos litúrgicos e dos textos bíblicos.

No documento endereçado ao Prefeito da Congregação para o Culto Divino -  divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé -  o Papa sublinha antes de tudo a "clara diferença" que o novo Motu proprio estabelece entre recognitio (verificação) e confirmatio (confirmação).

Não são "sinónimos, nem intercambiáveis", enfatiza o Pontífice. E isto - observa - para "abolir a prática adoptada pelo Dicastério após a Liturgiam authenticam e que o novo Motu proprio quis modificar”.

Sobre a responsabilidade das Conferências Episcopais de traduzir fidelitur (fielmente ) - recorda Francisco -  é necessário precisar que o juízo sobre a fidelidade ao latim e as eventuais correcções necessárias, era tarefa do Dicastério, enquanto agora a norma concede às Conferências Episcopais a faculdade de julgar a bondade e a coerência de uma ou outra expressão nas traduções do original, mesmo que em diálogo com a Santa Sé".

A confirmatio - acrescenta o Papa - "não supõe mais, portanto, um exame detalhado palavra por palavra, excepto nos casos evidentes que podem ser feitos presentes aos Bispos para uma ulterior reflexão deles".

Isto - lê-se ainda na carta - "vale em particular para as fórmulas relevantes, como para as Orações Eucarísticas e em particular as fórmulas sacramentais aprovadas pelo Santo Padre".

Neste sentido - reitera o Papa Francisco - "a recognitio indica somente a verificação e a salvaguarda da conformidade ao direito e à comunhão da Igreja".

Eis porque – acrescenta o Papa - "o processo de traduzir os textos litúrgicos relevantes (por exemplo, fórmulas sacramentais, o Credo, o Pater noster) numa língua - da qual são consideradas traduções autênticas - não deveria levar a um espírito de "imposição" às Conferências Episcopais de uma dada tradução feita pelo Dicastério, porque isto comprometeria o direito dos Bispos".

Para o Papa, resulta portanto "inexato atribuir à confirmatio a finalidade da recognitio (ou seja, 'verificar e salvaguardar a conformidade ao direito')".

A confirmatio - observa ainda Francisco - "não é um ato meramente formal, mas necessário à edição do livro litúrgico "traduzido": é concedida depois que a versão tenha sido submetida à Sé Apostólica para a ratificação da aprovação dos Bispos, num espírito de diálogo e de ajuda a reflectir se e quando fosse necessário, respeitando os seus direitos e deveres, considerando a legalidade do processo seguido e as modalidades".

O Papa se refere por fim à nota “Commentaire” - transmitida pelo Cardeal Sarah ao Papa a 30 de setembro passado e "publicada em alguns sitos, e erroneamente atribuída à sua pessoa".

"Peço ao senhor cortesmente – conclui dizendo  Francisco dirigindo-se ao purpurado - para providenciar à divulgação desta minha resposta nestes mesmos sitos, assim como o envio da mesma a todas as Conferências Episcopais, aos membros e aos consultores do mesmo dicastério".

Cidade do Vaticano (RV) - "As entrevistas, para mim, têm sempre um valor pastoral", "se não tivesse esta confiança, não concederia entrevistas".

É o que afirmou o Papa Francisco no prefácio do livro  "Adesso Fate le vostre domande" ("Agora façam as vossas perguntas"), do Padre António Spadaro, apresentado no final da tarde deste último sábado na sede da "Civiltà Cattolica".

Jorge Mario Bergoglio, recorda que quando era Arcebispo em Buenos Aires, "tinha um pouco de medo dos jornalistas" e por esta razão não concedia entrevistas. Como Pontífice, porém, convenceu-se de que as entrevistas são "uma maneira de comunicação" do seu ministério.

E, significativamente, une, disse, "estas conversações nas entrevistas com a forma quotidiana das homilias na Santa Marta, que é - digamos assim - a minha paróquia".

Francisco sublinha que nas entrevistas, assim como nas conferências de imprensa com os jornalistas no avião, lhe agrada "olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com sinceridade". "Sei que isso, acrescenta o Papa, pode tornar-me vulnerável, mas, é um risco que quero correr. Para mim, as entrevistas são um diálogo, não uma lição", eis porque "não me preparo".

O livro traz também duas conversas com os Superiores Gerais. "Conversar - escreve o Papa - sempre me pareceu o melhor modo para encontrarmo-nos realmente".

Existem também conversas com os jesuítas, onde - destaca - "me sinto em família e falo a nossa linguagem de família, e não temo incompreensões".

O Papa conclui o prefácio do livro, reiterando o desejo de uma "Igreja que saiba inserir-se nas conversas dos homens, que saiba dialogar". "É a Igreja de Emaús - observa Francisco - em que o Senhor entrevista os discípulos que caminham desencorajados. Para mim, a entrevista é parte desta conversação da Igreja com os homens de hoje".








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