Segundo a FAO, fome aumenta em cinco países da América Latina


Roma (RV) -  O relatório “Panorama da Segurança Alimentar e Nutrição na América Latina e no Caribe 2017” - recém divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FA) e a Pan American Health Organization (OPS) - revela que de 2014 a 2016 a fome aumentou em cinco países latino-americanos: Argentina, Equador, El Salvador, Peru e Venezuela.

Assim, em relação ao triênio precedente, 2,4 milhões de latino-americanos a mais, passaram a sofrer com a fome na região, chegando a um total de 42,5 milhões de “famintos”, “pessoas que não têm alimento suficiente para satisfazer suas necessidades calóricas cotidianas básicas”, lê-se na síntese do relatório.

O documento evidencia o caso da Venezuela como “o mais significativo”. “Neste país, a má nutrição aumentou 3,9 pontos percentuais em relação ao triênio imediatamente precedente”.

Todavia, os dados em nível de país confirmam a heterogeneidade da região, já que em 21 nações do continente latino-americano, a subnutrição teve uma redução entre 2014 e 2016.

Brasil, Uruguai e Cuba são os países com o percentual mais baixo de pessoas subnutridas, com menos de 2,5% de sua população, percentual que se manteve invariável desde 2010.

A Argentina, o Chile e o México seguem com um percentual inferior a 5%, ainda que na Argentina – como revela o relatório – o número de pessoas subnutridas tenha aumentado de 3,4 para 3,6%, alcançando o mesmo nível de cinco anos atrás.

Na outra extremidade da lista está o Haiti, onde o percentual de pessoas subnutridas diminuiu de 48,2% para 46,8%. O país é seguido pela Bolívia, com 20,2%, Nicarágua com 17% e Honduras com 14,8%.

Mesmo que 21 países da região tenham reduzido a taxa de subnutrição no último triênio, caso se amplie o arco temporal de comparação com as cifras de um decênio atrás, encontram-se casos em que a situação é pior.

Existem quatro países na América Latina onde hoje existem mais pessoas famintas do que há dez anos: Costa Rica, que passou de 5,4 a 5,6%, El Salvador, que passou de 10,7 a 12,3%, o Paraguai, de 11,9 a 12%, a Venezuela, onde a subnutrição aumentou de 10,5 para 13%, ou seja, 1,3 milhões de pessoas em cifra absoluta, a maior diferença negativa na região, o que explica mais da metade do aumento registrado em toda a América do Sul.

(JE com OperaMundi)

 








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