Exploração de menores na internet: problema global que requer solução global


Roma (RV) - “A vida de cada criança é única, importante e preciosa, e cada criança tem direito à dignidade e à segurança. Hoje porém, a sociedade global está faltando profundamente no proteger as suas crianças. Milhões de menores são abusados e explorados nas formas mais trágicas e indescritíveis, em uma medida sem precedentes, em todo o mundo”.

Assim começa a “Declaração de Roma”, documento divulgado ao final do Congresso Global “A dignidade do menor no mundo digital”, que reuniu de 3 a 6 de outubro na Pontifícia Universidade Gregoriana, mais de 140 especialistas de diversas áreas, para debater a exploração de menores na internet.

Os participantes do encontro foram recebidos pelo Papa Francisco, no Vaticano, no final da manhã desta sexta-feira (6/10). Em seu longo discurso, o Pontífice definiu a vulnerabilidade dos menores na rede como um “problema novo e gravíssimo, característico do nosso tempo”.

Combater este “lado obscuro” no progresso tecnológico

A Declaração destaca que os progressos tecnológicos exponenciais estão mudando bem mais do que simplesmente “o que fazemos e como fazemos”, estão mudando “o que somos”.

Não obstante o impacto positivo desta mudança, existe “um lado obscuro” que está trazendo grandes males sociais, “capazes de ferir os membros mais vulneráveis da sociedade”.

Impacto deletério nas mentes maleáveis das crianças

Diariamente, “conteúdos cada vez mais extremos e desumanizantes estão literalmente ao alcance das crianças”. “Um grande número de imagens de abuso sexual de crianças e jovens  está disponível online e cresce sem cessar”.

Males aos quais as crianças ficam expostas, sofrendo “um deletério impacto em suas mentes maleáveis”.

Proteção dos menores: valor não negociável

Mesmo defendendo uma internet acessível a todos, o documento considera que isto deve comportar também “o reconhecimento do valor não negociável da proteção de todos os menores”.

Neste sentido, é feito um chamado para um trabalho conjunto que envolva a responsabilidade de todos, a fim de que “todos os menores tenham um acesso seguro à internet, para enriquecer a sua formação, a sua comunicação e as suas relações”.

Responsabilidade dos governos e empresas das novas tecnologias

Também são chamados em causa os governos e as empresas de novas tecnologias para assumirem um papel-chave nesta batalha, com o compromisso de realizar contínuas inovações que garantam uma melhor proteção dos menores.

Erradicação da violência contra menores

O documento destaca ainda as diversas iniciativas já existentes, fazendo particular referência ao “Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável 16.2” que pretende erradicar a violência contra as crianças até 2030, especialmente por meio da parceria global “End Violence Against Children”.

Problema global que requer solução global

“Trata-se de um problema – sublinha o texto – que não pode ser resolvido sozinho por uma nação, uma empresa ou uma religião. É um problema global que requer soluções globais”.

Apelo

Neste sentido, o documento lança um apelo em  14 pontos, dirigido  entre outros às autoridades civis e religiosas, governos, parlamentos, líderes de empresas tecnológicas, agências governamentais, forças de ordem, instituições médicas, para que se levantem em defesa da dignidade dos menores.

Nesta era da internet – conclui o texto -  o mundo enfrenta desafios sem precedentes para poder tutelar os direitos e a dignidade das crianças e protegê-las do abuso e da exploração. Estes desafios requerem um novo modo de pensar e novas abordagens, uma maior consciência em nível global e uma liderança inspirada. (JE)








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