Como cristãos, devemos rezar continuamente pela paz na Síria, diz Custódio da Terra Santa


Jerusalém (RV)- Ainda se combate na Síria, com muitos civis entre as vítimas. No últimos dois dias ao menos 130 deles morreram na região de Dayr az Zor - ainda controlada pelo Isis - durante um bombardeio da aviação russa e governamental.

O Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, retornou há poucos dias da Síria e relatou para a Rádio Vaticano o que viu:

“Vi uma melhoria na situação. Os nossos cristãos estão mais serenos neste momento, porque sentem que, provavelmente, o conflito esteja acabando. Esperam e rezam que acabe o mais rápido possível. Alguns sinais positivos são estes: por exemplo, agora começa a existir a eletricidade com maior frequência, se percebe também que existe o desejo de se começar a reconstruir. Algumas famílias – contou para mim o pároco – começam também a retornar. Penso que nós devemos continuar a apoiar todas as possíveis iniciativas de paz e penso que, como cristãos, antes de tudo, devemos nos esforçar para rezar constantemente”.

RV: Haveria algum encontro particularmente tocante que o senhor poderia nos relatar?

“Eu diria dois encontros muito breves vividos em Damasco. Um, com a abertura de uma pequena escola materna que foi reformada. Localiza-se precisamente junto ao Santuário da Conversão de São Paulo. Ver esta centena de crianças que faziam festa porque o ambiente onde eles a cada dia são acolhidos foi reformado, pintado, e poder fazer também um pouco de festa com eles, vê-los cantar, vê-los rezar juntos, é algo realmente tocante, porque aqueles que agora estão no maternal, são todas crianças nascidas durante estes anos de guerra, naturalmente. E o outro, o encontro com a paróquia dedicado à Conversão de São Paulo em Bab Touma: ver a igreja cheia de crianças e jovens - e não somente pessoas de idade adulta ou idosos, como acontece seguidamente quando se celebra na Itália - me fez tocar com as mão que existem sinais de esperança. Em uma comunidade reduzida, existem ainda crianças, jovens e também adultos que desejam fazer parte da Igreja, desejam comprometer-se na Igreja. Uma presença que deve ser sal e luz, porque quando se é em poucos, claramente é preciso ser extremamente significativos”.

RV: Entre outras coisas, também o Papa Francisco na Audiência Geral de quarta-feira, falando de forma espontânea, quis expressar sua grande solidariedade pelos cristãos no Oriente Médio, elogiou aqueles que não abandonam o seu povo, a sua realidade, mesmo difícil...

“Certamente, a esperança é também que algum possa retornar às nossas comunidades para reavivá-las e para manter a continuidade também histórica com as primeiras comunidades cristãs, porque as comunidades cristãs que vivem em Israel, na Palestina e na Síria são de fato as comunidades cristãs mais antigas. Depois as comunidades cristãs da Síria - não esqueçamos disto - são aquelas de onde partiu a evangelização da Europa”.

RV: O Papa Francisco continuou a invocar o ius pacis, o direito à paz...

“É importante que o direito à paz seja reiterado um pouco em todas as áreas problemáticas, não somente do Oriente Médio, mas do mundo. Sabemos, porém, que para o Ius Pacis são necessários seguramente, homens de boa vontade ocupando os cargos de máxima responsabilidade”. (JE/AP)








All the contents on this site are copyrighted ©.