2017-09-23 13:01:00

Bispos da África determinados a ter papel de motor nas Cáritas


Momentos de reflexão, de celebração litúrgica e mesmo cultural marcaram os três dias de trabalho da Cáritas-Africa  em Dakar. A conclusão foi ontem 20 ao fim da tarde com uma missa na Catedral da cidade, presidida pelo Cardeal Peter Turkson.

Os cerca de 200 participantes, metade dos quais bispos e cardeais, já estão a caminho das suas dioceses com a consciência reforçada do papel que são chamados a desempenhar na orientação dos serviços caritativos nas suas dioceses. Um processo de reforço iniciado há cinco anos no encontro de Kinshasa e cuja caminhada foi considerada positiva: houve mais coordenação a nível de países, actualização dos estatutos para os alinhar com as directrizes da Santa Sé em matéria de caridade, melhoramento da cooperação caritas irmãs.

Na sua declaração os bispos reconfirmaram quanto estabelecido em Kinshasa; convidaram a fazer uma releitura do Motu próprio que considera a caridade como parte da natureza íntima da Igreja; consideram bem-vinda a colaboração das caritas-parceiras doutras partes do mundo, desde que não se substituam às caritas africanas. Recordaram também que a falta de meios não é uma desculpa e incentivaram à cooperação sul-sul. Os bispos indicam também como causa principal da pobreza em África a má governação da parte dos dirigentes. E eles se empenham a fazer funcionar melhor as Cáritas em África a formar os sacerdotes sobre a transparência e nos aspectos sociais e prometem dar mais atenção aos jovens africanos para que se sintam em casa nos próprios países e na Igreja e não tenham de emigrar em condições perigosas. Eles denunciam a corrupção e encorajam os casos de boa governação no continente.

O encontro de Dakar é, portanto, considerado positivo pelos bispos. Um deles é D. Pedro Zili, Bispo de Bafatá e vice-presidente da Cáritas da Guiné-Bissau. O encontro despertou nele o lema do seu episcopado: o amor jamais passará.

Só o facto de se encontrarem é positivo, sublinha por sua vez. D. Ildo Fortes, bispo de Mindelo, Cabo Verde, que considera todavia, que é no terreno que se entra nos pormenores… 

A maior dos bispos, vieram acompanhados pelos secretários e ou directores das Cáritas nacionais, pois, são o braço direito do bispo no bom funcionamento das Cáritas. Com D. Pedro Zilli, veio da Guiné-Bissau, Clemente Ano Mendes, coordenador de projectos. Fala da utilidade deste encontro referindo-se a dois aspectos a presença e o apoio na educação ao amor.

D. Ildo fez-se acompanhar de Marina Almeida, há uns 20 anos Secretaria da Cáritas Nacional de Cabo Verde. Ela não tem dúvidas de que o participar juntos nestes encontros facilita depois a sinergia e entendimento entre as duas partes…

E foi assim o encontro de Dakar que mostrou as grandes riquezas humanas, intelectuais, espirituais do Continente, mas também as suas grandes problemáticas e mazelas. O serviço das Cáritas são uma esperança para muito gente, mas é uma estrutura complexa que tem permanentemente pela frente o desafio de se estruturar profissionalmente sem perder a linfa do amor que é a sua essência. Mas a Cáritas-Africa tem um plano bem traçado para os próximos anos e fazer este encontro para os bispos afinarem juntos as agulhas, é parte desse plano. Foi realizado com sucesso – afirmou Alberto Mashika, Secretário da Cáritas-Africa que está satisfeito e encorajado a ir para a frente.

De Dakar, para a Rádio Vaticano, Dulce Araújo








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