Santa Sé: hoje os mais frágeis não são os jovens, mas os adultos


Cidade do Vaticano (RV) - “Hoje os sujeitos mais frágeis da educação não são os jovens, mas os adultos, presa da incerteza e da desorientação.” O aparente paradoxo foi lançado pelo secretário da Congregação para a Educação Católica, Dom Angelo Vincenzo Zani, apresentando esta sexta-feira (22/09), na Sala de Imprensa da Santa Sé, o documento “Educar para o humanismo solidário. Para construir uma civilização do amor”.

A iniciativa coloca-se entre dois aniversários: o 60º da declaração conciliar sobre a educação cristã “Gravissimum educationis” e o 50º da encíclica “Populorum progressio”, do Papa Paulo VI. Esses dois documentos, junto à “Laudato si” do Papa Francisco, constituem a “fonte inspiradora” do documento produzido pelo Dicastério pontifício, disse Dom Zani.

O primeiro objetivo é “humanizar a educação”, como o Papa Francisco tem pedido reiteradas vezes, tarefa que comporta a necessidade de “atualizar o pacto educacional entre as gerações, partindo da família para alcançar todo o corpo social”.

“Humanizar a educação significa ocupar-se dos resultados do serviço informativo considerando o quadro total das aptidões pessoais, morais e sociais de todos os sujeitos que participam do projeto educacional: docentes, estudantes, instituições do território, para uma educação que não seja seletiva, mas aberta à solidariedade e à partilha”.

Passar “da cultura do descarte à cultura do diálogo”, para “uma verdadeira inclusão”. De fato, mediante políticas de inclusão, “globalizar a esperança” e "favorecer o pluralismo” são dois imperativos no centro do documento.

“Globalizar a esperança é a missão específica da educação para o humanismo solidário”, reitera. “Globalizar a esperança significa também apoiar as esperanças da globalização”, que além de alguns benefícios causou desigualdades, explorações, e levou, de modo perverso, alguns povos a sofrer uma exclusão dramática dos circuitos do bem-estar.

Outra indicação do documento recorda que a finalidade principal e prioritária “não é a seleção das classes dirigentes, mas a inclusão”, entendida como processo que contempla não somente os cidadãos atuais, mas também os cidadãos das futuras gerações, ou seja, os futuros cidadãos do planeta.

De fato, “o cidadão de hoje deve ser solidário com os contemporâneos onde quer que se encontrem, mas também com os futuros cidadãos do planeta”, afirma o referido documento. (RL)








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