Editorial: Mensageiro da alegria


Cidade do Vaticano (RV) - “Mensageiro, cheio de alegria, enviado pelo Senhor. Venha como chuva no deserto, dando esperança ao nosso povo”. Com estas palavras começa o hino oficial da viagem apostólica do Papa Francisco à Colômbia, viagem que se realizará entre os dias 6 e 11 de setembro. De fato, o Papa chega a Roma no dia 11 de setembro. Faltando poucos dias para a tão espera viagem por parte dos colombianos, mas também por parte, podemos dizer, de toda a América Latina, cresce a expectativa dos fiéis para a visita do ilustre filho da terra sul-americana.

Francisco volta à sua amada América Latina e vai ao encontro de um povo que muito sofreu por causa de um conflito interno que durou anos e ceifou a vida de milhares de pessoas inocentes. E a viagem de Francisco é marcada precisamente pelo sinal da reconciliação que confirma um renovado caminho de paz para o país. Foram mais de 50 anos de guerra civil, entre o governo de Bogotá e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“Façamos o primeiro passo”: é o lema da 20ª Viagem Apostólica do Papa Francisco. O grande encontro com a nação latino-americana, anunciado nove meses depois da assinatura do acordo de paz de Havana, pretende, antes de tudo confirmar a nova direção tomada pelo país: reconciliação nacional.

A visita de Francisco se desenvolverá seguindo diferentes temas diários: em Bogotá o âmbito escolhido será “os artesãos de paz e promotores de vida”; em Villavicencio, o tema escolhido será “reconciliação”; em Medellín, “vocação cristã e apostolado”; já em Cartagena protagonistas serão os temas da “dignidade da pessoa e os direitos humanos”.

Como podemos notar são de grande abrangência os temas que serão tocados nas diversas etapas da viagem de Francisco, colocando sempre a atenção na temática de “reconciliação”.

Mas, não devemos esquecer que a visita do Papa à Colômbia tem um caráter essencialmente pastoral, portanto, há uma finalidade de confirmar e de encorajar os irmãos na fé. Há a finalidade de vivificar a caridade e de impulsioná-los a viver a esperança cristã.

Mas a visita também – como recordou o Secretário de Estado vaticano, Cardeal Parolin, insere-se em um momento muito particular da vida da Colômbia, enquanto teve início um processo de paz após 50 anos de conflitos e de violência. Por isso, a visita é realmente um evento importante. E Francisco, como pastor da Igreja presente em todo o mundo e como líder espiritual, quer estar ao lado deste processo, encorajando-o, para que realmente, depois de tantos anos, tantas destruições, tantos sofrimentos, o povo colombiano, a Nação colombiana possa conhecer uma nova realidade de paz e de concórdia.

O momento vivido pelo país latino-americano é um momento delicado e de grandes esperanças, pois é o momento da fase de aplicação dos acordos; não basta somente assiná-los, é preciso atuá-los concretamente. O primeiro passo foi dado, assinatura, mas agora é necessário caminhar, há um caminho a ser percorrido, e é um caminho que deve ser feito na cotidianidade, um caminho que deve envolver todos e deve envolver tudo de todos, isto é, sobretudo o coração e a mente.

“Façamos o primeiro passo”, um moto, um convite a serem homens e mulheres de reconciliação. Curar os corações e curar as feridas, dar esperança que pode ser o combustível que alimenta um caminho concreto de reconciliação e de paz. Este moto é importante pois está no plural: todos devem se sentir envolvidos neste processo, neste caminho.

E a Igreja tem neste processo uma missão fundamental que é a de favorecer a reconciliação. Este é o ponto central. A paz somente será uma realidade, uma realidade viva e efetiva na medida em que haverá uma reconciliação entre a população colombiana. Naturalmente um dos instrumentos principais desta reconciliação é a capacidade de perdão, a capacidade de dar e receber perdão. Para ajudar este povo que tanto sofreu está chegando Francisco, um homem de esperança e de paz, mensageiro da alegria. (Silvonei José)

 








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