2017-08-13 15:54:00

Patriarcas Católicos do Oriente tristes com a diminuição de cristãos


O Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente estiveram reunidos estes dias na sua sessão anual. Foi em Dimane, no Líbano, residência estiva do Patriarcado maronita.

No final do encontro emitiram um comunicado em que sublinham que “é tempo de lançar um apelo profético em testemunho da verdade. Fomos convidados a permanecer apegados à nossa identidade oriental e a permanecer fiéis á nossa missão. Assumindo a atenção pelo pequeno rebanho, nós Patriarcas orientais sentimo-nos aflitos ao assistir à hemorragia humana dos cristãos que abandonam as suas terras de origem no Médio Oriente”.

Permaneçamos enraizados na terra dos padres e dos antepassados, esperando contra toda a esperança num futuro em que , como componentes de um património autentico e especifico, seremos compreendidos como fontes de enriquecimento para a nossa sociedade e para a Igreja universal no Oriente e no Ocidente”.  

Os Patriarcas exortam assim a não cessar de proclamar  “a verdade na caridade, a legitimidade da separação entre o Estado e a religião na constituição  das nossas pátrias , a igualdade de direitos e deveres para todos, sem olhar para a pertença religiosa e comunitária”.

No encontro em Dimane, tomou parte o Núncio Apostólico no Líbano, D. Gabriele Giordano Caccia e, numa das sessões ecuménicas, estiveram presentes  os Patriarcas greco-ortodoxo Giovani Yazigi, Siro-ortodoxo, Ignazio Efrem II, o Catholicos da Igreja Apostólica Armena, Aram I, e o Presidente da Comunidade Evangelica na Síria e no Líbano, Salim Sahyouni.

Na nota final do encontro, retomada pelo jornal do Vaticano “L’Osservatore Romano”, o Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente repreendem a comunidade internacional por considerarem que assiste à agonia (devido à insegurança e emigração) uma depois da outra, das igreja orientais no Iraque, Síria, Palestina, Líbano, Egipto, sem reagir devidamente a esta tragédia. O Conselho adverte que se este estado de coisas continuar, tratar-se-à de um verdadeiro “projecto de genocídio” e de uma “afronta contra a humanidade”.

Às Nações Unidas e aos países afectados de forma directa pelos conflitos na região, “nós pedimos – escreve  o Conselho – para porem termo à guerra, cujos objectivos são, aliás, claros: destruir, matar, levar ao êxodo, relançar as organizações terroristas, difundir o espírito de intolerância e de conflito entre religiões e culturas. O perdurar desta situação e a incapacidade de estabelecer uma paz justa, global e duradoura na região, assegurando o retorno dos refugiados e dos deslocados aos seus lares na dignidade e na justiça, permanecerão como um estigma de vergonha por todo o século XXI”.

Os Patriarcas católicos do Oriente se dirigem também ao Papa Francisco nestes termos: “nós somos uma nação com amplas fronteiras, e que atrai a atenção dos gigantes das finanças; já não somos mais que um pequeno rebanho pacífico. Um pequeno rebanho que não conta com ninguém senão com Vós para convidar os grandes que presidiam os destinos do mundo”.

A mensagem coincide com a publicação de dados eloquentes sobre a diminuição dos cristãos nos vários países do Médio Oriente, de modo particular no Iraque, Síria e Terra Santa (onde já são apenas 1,2% da população); na Síria, por causa da guerra desencadeada em 2011, o número de cristãos passou de 250 mil para 100 mil segundo recentes). E no Iraque, os representantes da comunidade cristãos estão a fazer um grande esforço por convencer a população de Ninive a voltar para a sua terra.

De entre os participantes no encontro, contam-se, ainda para além dos acima mencionados,  o Cardeal Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Béchara Boutros Rai, o Patriarca de Antioquia dos Sírios, Ignace Youssif III Younan, o Patriarca de Antioquia dos Greco-melquitas, Joseph Absi, o Patriarca de Alexandria dos Coptas, Ibrahim Isaac Sedrak, o Patriarca de Babilónia dos Caldeus, Louis Raphael Sako, e o Patriarca da Cilícia dos Arménios, Grégoire  Pierre XX Ghabroyan. 

(IP/DA)








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