Bispos do Equador fazem exortação a tutelar o bem comum


Quito (RV) - “Nós bispos do Equador expressamos nossa preocupação e pedimos àqueles que têm responsabilidades políticas, e aos cidadãos, que o país seja respeitado como instituição e que o bem comum seja colocado em primeiro lugar em relação aos interesses de partido e ideológicos, assim como indicam a nossa Constituição e a vontade popular expressa nas urnas.” É o que afirma a Conferência episcopal em relação à crise política que a nação sul-americana está vivendo nestes dias.

Passados apenas quatro meses das eleições presidenciais e três da tomada de posse do Presidente Lenín Moreno, o próprio chefe de Estado tirou todas as atribuições de seu vice Jorge Glas, fidelíssimo do ex-presidente Rafael Correa, por seu envolvimento na investigação Odebrecht sobre presumíveis casos de corrupção, partidos do Brasil e difundidos em outros países do continente.

Situação política muito delicada, considerando inclusive a crise na Venezuela

É cedo para entender se o partido de maioria corre o risco de divisões insanáveis. Porém, imediatamente após a tomada de posse tornaram-se evidentes as divergências de pontos de vista entre o presidente (propenso a alguma descontinuidade, sobretudo no estilo, em relação a Correa) e seu vice. Em todo caso, trata-se de uma situação política muito delicada, inclusive considerando a crise em andamento na Venezuela.

Momento exige de todos equlíbrio, transparência e respeito à lei

Num comunicado, o conselho de presidência da Conferência episcopal afirma que “esta ruptura não pode nem deve distrair o país do caminho empreendido pelo presidente da República nem colocar sombra na ação da magistratura e dos órgãos de fiscalização do Estado contra a corrupção. O momento que estamos vivendo exige que todos, governantes e governados, mostrem equilíbrio, transparência e respeito à lei”, acrescenta.

Impunidade causa maior corrupção ainda, afirmam os bispos

Os bispos se dizem preocupados sobretudo com as possíveis consequências da crise sobre a população. “Estamos principalmente preocupados com o empobrecimento do nosso povo, primeira vítima da crise econômica e ética; o povo sofre na própria carne as consequências de uma corrupção que, de modo algum, pode ficar impune, porque sempre a impunidade causa maior corrupção ainda”, afirmam os bispos equatorianos.

Já em abril passado, diante das contestações e das denúncias de fraude que haviam sido feitas após o resultado eleitoral, os bispos tinham se pronunciado para chamar todas as partes a trabalhar pelo bem do país.

Exortação em favor da paz, desenvolvimento e democracia

Na ocasião o episcopado equatoriano rechaçou toda e qualquer violência, “tanto da parte do poder quanto da parte da oposição”, exortando a se tomar “o caminho rumo à paz, o desenvolvimento e a democracia”. (RL/L’Osservatore Romano)








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