Porto Alegre: jovens descobrem como "Deus é tocável" dentro de presídio


Porto Alegre (RV) - Jovens, líderes nos setores diocesanos da Juventude de diversas cidades do Rio Grande do Sul, se reuniram em Porto Alegre, no mês de julho, para a 2ª Semana Missionária Regional. As atividades foram realizadas em conjunto e de forma orgânica com diferentes pastorais da CNBB, Regional Sul 3, e com entidades comprometidas em ações de vulnerabilidade social, seja no trabalho com a mulher, com o morador de rua, com crianças e adolescentes.

A coordenadora do encontro e também do Serviço de Evangelização da Juventude, Regional Sul 3 da CNBB, Irmã Zenilde Fontes, explica que, num primeiro momento, o grupo fez um retiro de preparação para depois partir para a missão na prática e observação de o todo processo de inserção das pessoas em situação de vulnerabilidade na vida em sociedade.

Ir. Zenilde - “Começamos nos preparando como missionários, recuperando a pedagogia da evangelização, através da compreensão do serviço e do diálogo, do anúncio e da comunhão eclesial, olhando a partir de Jesus Cristo, fazendo essa experiência de ser discípulos e missionários. Além disso, um olhar para o nosso projeto de vida pessoal, pontuando muito a questão da escuta e do diálogo, pois não vamos levar Deus, mas promover um encontro para perceber como Deus se manifesta. Os jovens quando eles entram nas realidades, principalmente na do Presídio Central de Porto Alegre. O local tem capacidade para 2 mil presos e temos lá hoje 4800 presos, e as condições para o desenvolvimento dessas pessoas é muito precária. Mas o que não é mostrado pela mídia, são os projetos sociais que existem lá, pois acreditam muito na pessoa e na sua condição de se retomar com dignidade o sonho dessas pessoas.”

Ir. Zenilde conta que os jovens pensavam encontrar um ambiente desumano e muito violento, mas encontraram gestos muito humanos. Segundo ela, um simples movimento de virar a página com esse tipo de olhar é muito significativo para a vida do cristão.

Ir. Zenilde - “Sempre tem uma angústia e medo muito grande pela imagem de perigo que se é criada dos presídios. A partir do momento que a gente entra e começa a conversa com os detentos é um outro movimento porque caem todas as máscaras. Ali eles encontram pessoas que contam sobre suas vidas, que rezam, que participavam de grupos de igreja, mas que erraram e vivem esse atual momento ali. Com a aproximação da conversa – que sempre existe – os jovens saem de lá encantados pela aprendizagem. Os jovens relataram que os presos ofereceram a própria comida na hora do almoço. Esses gestos são muito expressivos e a juventude consegue captar a essência disso tudo. O que a gente precisa manter na nossa Igreja são vivências como essa. A beleza que é rezarem juntos, partilhando e saindo de lá com um outro olhar e, principalmente, descobrindo como Deus é tocável nessas realidades que a gente às vezes olha pelo olhar dos outros e da mídia e com muito julgamento. De fato, é um momento que a gente toca Deus pelo relato dos jovens e pelo brilho das descobertas que vão acontecendo.”

Acompanhe a reportagem especial de Andressa Collet aqui: 








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