Bispos da Venezuela gratos ao Papa: agora perigo de ditadura


Cidade do Vaticano (RV) - A Conferência Episcopal venezuelana (Cev) expressa sua gratidão pela aproximação e preocupação verdadeiras que mais uma vez o Papa e a Santa Sé manifestaram nesta sexta-feira (04) em um renovado apelo ao respeito pelos direitos humanos e também à suspensão da nova Constituinte que está contribuindo à radicalização da crise no país sul-americano e está fomentando o ódio. Em nome dos bispos, fala o Vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Mario Moronta, que confirma a baixa participação no voto de domingo último e não esconde o temor pelo advento de uma “democracia ditatorial”.

A esperança dos bispos hoje, depois de tantas manifestações nos dias passados, é que o apelo da Santa Sé seja acolhido por todos, seja pelo governo, seja pelos opositores. As pessoas, explica Dom Moronta, que desejam uma Igreja próxima, foram atendidas através das palavras do Papa. Mas um papel importante neste momento também deve ser desempenhado pela comunidade internacional com uma posição clara.

Falando à Rádio Vaticano Dom Moronta disse:

R- Recebemos com grande gratidão o comunicado da Santa Sé, que é uma maneira de reafirmar o que foi dito aqui na Venezuela, não só pelos bispos, mas também pelas pessoas de boa vontade. Este comunicado confirma a verdadeira preocupação do Santo Padre e da Santa Sé pela Venezuela. Esperamos que este apelo seja bem acolhido pelo governo. Certamente, é bem recebido pelas pessoas que esperam da Igreja não apenas uma palavra, mas também o compromisso de estar ao lado daqueles que sofrem.

Recordamos o comunicado da Secretaria de Estado:

“A Santa Sé reitera sua profunda preocupação com a radicalização e o agravamento da crise na República Bolivariana da Venezuela, com o aumento dos mortos, dos feridos e dos detidos. O Santo Padre, diretamente e através da Secretaria de Estado, acompanha de perto a situação e suas implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e também espirituais, e assegura sua constante oração pelo país e por todos os venezuelanos, enquanto convida os fiéis de todo o mundo a rezarem intensamente nesta intenção”. É quanto se lê em um comunicado da Secretaria de Estado.

Ao mesmo tempo, “a Santa Sé pede a todos os atores políticos e, em particular, ao Governo, que seja assegurado o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, bem como a vigente Constituição; evitem-se ou se suspendam as iniciativas em curso, como a nova Constituinte que, em vez de favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e confronto e hipotecam o futuro; sejam criadas as condições para uma solução negociada em consonância com as indicações expressas na carta da Secretaria de Estado de 1º de dezembro de 2016, tendo presente os graves sofrimentos do povo pelas dificuldades de conseguir alimentos e remédios, e pela falta de segurança”.

“Enfim, a Santa Sé dirige um forte apelo a toda a sociedade para que seja evitada toda forma de violência, convidando, em particular, as Forças de segurança a se absterem do uso excessivo e desproporcionado da força”. (SP)








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