Líderes cristãos, judeus e muçulmanos: educar para erradicar práticas nocivas ao ambiente


Jerusalém (RV) -  Três líderes das três religiões monoteístas reuniram-se na quarta-feira, 26, em Jerusalém, para reafirmar seu compromisso de educar seus fiéis em relação às mudanças climáticas, e exortaram os governos de todo o mundo a implementarem políticas que obriguem o cuidado do planeta.

Na Conferência intitulada “O sufocante calor do verão leva líderes inter-religiosos a pronunciarem-se sobre a mudança climática”, o Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton,  o cadí (juiz) da Corte muçulmana Sharía em Israel, Iyad Zahalka e o Rabino chefe do Comitê Judaico Americano, David Rosen, reiteraram que as mudanças climáticas não são resultado de uma crise natural, mas humana.

Garantir o bem-estar das futuras gerações

Os três citaram trechos de seus respectivos textos sagrados e tradições,  para reforçar o argumento de que qualquer atitude ética passa por preservar o lugar onde vivem os seres humanos, para além de suas crenças.

Os líderes também foram concordes em afirmar que é obrigação dos fiéis garantir o bem-estar das futuras gerações.

Laudato Si

“O Papa Francisco – disse Frei Patton – cita diversas vezes em sua Encíclica Laudato Si, a obrigação que temos de cuidar de nossos irmãos e irmãs e de nosso ambiente”.

O Rabino Rosen citou o Livro do Deuteronômio, onde se lê que temos que "escolher a vida acima de tudo, preservando o lugar onde viverás e onde viverão teus filhos”.

“É primordial, caso contrário, é como reorganizar a mobília do Titanic quando está se aproximando do iceberg”, alertou.

“Castigo divino”

O cadí Zahalka interpretou o aquecimento global como um castigo divino por não se ter cuidado da terra que Deus nos deu.

“O Alcorão diz que nós seres humanos recebemos a grande responsabilidade de cuidar do planeta e quanto mais piora a situação, mais claramente percebemos que fomos negligentes com nosso dever e que Deus nos está castigando”.

Compromisso em educar

Os representantes cristão e judeu discordaram desta visão do líder muçulmano, porém compartilharam a responsabilidade que têm, como líderes religiosos, de educar para erradicar práticas nocivas ao meio–ambiente e de exigir dos governos que “forcem” as pessoas a colocá-las em prática.

“É um trabalho de todos, é urgente, e é uma heresia pensar que se pode viver isolado e que nossa cultura do desperdício seja sustentável”, frisou o Rabino Rosen.

Frei Patton concluiu afirmando, que “se não nos importamos com  a natureza, a natureza também não vai se importar conosco, como se está vendo”.

(JE/EFE)








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