Espírito de reconciliação marca um ano da morte de Pe. Jacques Hamel


Paris (RV) - Na próxima quarta-feira, 26 de julho, exatamente na mesma hora em que o Padre Jacques Hamel era assassinado há um ano, será celebrada uma Missa na Igreja de Sant-Étienne-du-Rouvray, na Normandia.

A celebração será presidida pelo Arcebispo de Rouen, Dom Dominique Lebrun.

Transmissão ao vivo

A Missa será transmitida ao vivo por uma estação de televisão francesa local e uma estação católica. Ao final da celebração um monumento em aço será oficialmente inaugurado pela autoridade local de Saint-Etienne-du-Rouvray.

Com pouco mais de dois metros de diâmetro, a homenagem inclui citações da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948.

Este monumento dedicado ao Padre Hamel demonstra que a sua morte não era simplesmente um ataque a um sacerdote, mas aos valores da sociedade ocidental.

A inauguração também será um momento para reunir igreja e Estado, em um país onde os dois são normalmente estritamente separados.

Breviário na Igreja de São Bartolomeu, em Roma

Em Roma, o sacerdote francês está prestes a ser venerado como mártir. Seu breviário está atualmente em exibição para peregrinos na Igreja de São Bartolomeu, na Ilha do Tiberíades, em uma capela designada para "novos mártires da Europa".

A igreja, que está sob os cuidados da Comunidade de Santo Egídio, é reconhecida por homenagear as pessoas que morreram por sua fé. Em 22 de abril o Papa Francisco havia presidido a Liturgia da Palavra em memória aos novos mártires.

O livro de oração do Padre Hamel está aberto no dia 25 de julho, véspera de sua morte, e está ao lado das relíquias dos sacerdotes espanhóis mortos durante a Guerra Civil; da estola e cruz do Padre Pino Puglisi, sacerdote de Palermo, na Sicília, morto em 1993 pela máfia. Esta capela tornou-se a parte mais visitada da igreja.

Processo de beatificação

O processo de beatificação do Padre Jacques Hamel já foi iniciado na Arquidiocese de Rouen, com o Papa Francisco renunciando ao tradicional período de espera de cinco anos antes que uma Causa possa ser iniciada.

Em maio, o Arcebispo Lebrun estabeleceu o processo formal para que o sacerdote assassinado seja oficialmente declarado mártir e ouvirá as testemunhas do assassinato, dos membros da família e de alguns amigos muçulmanos do Padre Hamel.

Curar a memória

A missa na próxima quarta-feira deve ter alguns momentos simbólicos e será uma tentativa de curar a memória. Durante a liturgia, quatro composições florais, incluindo uma flor do jardim do sacerdote, serão colocadas em vários locais da Igreja, inclusive em frente à imagem de Nossa Senhora, que foi profanada durante o ataque.

O assassinato do sacerdote, que ocorreu quando jovens católicos se reuniam em Cracóvia para a Jornada Mundial da Juventude, provocou profunda comoção em toda a Igreja.

Paz e diálogo

Mas a resposta dos bispos franceses e do Papa foi desfazer a tensão, pedir a paz e continuar o diálogo com o mundo islâmico.

Francisco descreveu o ataque ao Padre Hamel como "satânico". Ao mesmo tempo, sempre procurou desvincular o Islã da violência inspirada no autoproclamado Estado Islâmico.

Reconciliação

Na missa do funeral do sacerdote em agosto passado, a mensagem de reconciliação foi sublinhada pelo Arcebispo Lebrun, que enfatizou a necessidade de perdão. O assassinato do Padre Hamel, explicou, chama todos a "olhar profundamente nos nossos corações para encontrar a luz".

Por 58 anos, o Padre Hamel trabalhou em estreita colaboração com os muçulmanos em sua área local e continuou ativo em seu ministério sacerdotal, apesar de ter se aposentado oficialmente em 2005.

Padre Hamel viveu a sua vida adulta como sacerdote. Quando jovem serviu por 18 meses como soldado na Argélia. Durante este período ele recusou a chance de se tornar um oficial, pois não queria ter que emitir ordens aos comandados para matar.

(JE com The Tablet)

 








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