Santa Sé: menores migrantes, vítimas inocentes de políticas restritivas


“Cada vez mais países estão adotando políticas mais restritivas a fim de eliminar toda e qualquer forma de irregularidade migratória. Os menores são comumente vítimas inocentes de tais medidas drásticas.” O Papa, ao invés, “insiste sobre o dever de resolver e de regularizar a posição dos migrantes menores”.

Foi o que disse o subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral, Pe. Fabio Baggio, em pronunciamento na Escola de Verão 2017 sobre o tema dos menores migrantes, realizada em Catanzaro – sul da Itália -, concluída esta quinta-feira (20/07).

Crianças e adolescentes nos processos migratórios

Promovida pela Universidade Católica do Sagrado Coração em colaboração, entre outros, com o Instituto internacional scalabriniano de migração e a Fundação Migrantes, a edição deste ano foi centralizada no tema “Crianças e adolescentes nos processos migratórios”.

“A migração tornou-se um fenômeno global e hoje muitos fluxos são consequências de conflitos, perseguições, mudanças climáticas, violência, pobreza extrema e condições de vida desumanas”, recordou Pe. Baggio.

Crianças e adolescentes são os mais vulneráveis

“Emigrar hoje significa enfrentar grandes sacrifícios e muitas vezes as crianças pagam o preço mais alto, especialmente quando emigram sozinhas”, acrescentou o prelado. “Somente pelo fato de ser estrangeiros, todos os migrantes são efetivamente vulneráveis. São muitas vezes negligenciados, discriminados e marginalizados. E entre estes as crianças e adolescentes constituem o grupo mais vulnerável” porque “menores, porque estrangeiros e porque inermes”.

Aqueles que se encontram em situação irregular, por exemplo, “muitas vezes têm que se esconder das autoridades e não gozam de um acesso equânime à instrução e à assistência médica” disse ainda.

Crianças e adolescentes vítimas da prostituição e pornografia

A situação dos menores não acompanhados é particularmente precária. Muitas crianças e adolescentes caem na prostituição ou no rol da pornografia, tornam-se escravos do trabalho entre menores ou recrutados como soldados, ressaltou o subsecretário da Sessão Migrantes e Refugiados do referido dicastério vaticano.

O Papa Francisco pede que se responda a esses desafios através de três verbos: “proteger, integrar e buscar soluções duradouras”.

Criar redes transnacionais de proteção e assistência

Daí, o convite a “adotar ações comuns e coordenadas nos países de origem, trânsito e destinação a fim de assegurar que todos os menores migrantes e refugiados sejam sempre protegidos de toda e qualquer forma de abuso”, a um “intercâmbio de informações” e “cooperação entre as organizações e as instituições, quer religiosas, quer civis”, mediante a “criação de redes transnacionais de proteção e assistência”. (RL/Sir)








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